Do último beijo

Quando a boca dela tocou o rosto dele, foi como se seu coração nunca tivesse pertencido a mais ninguém. Como se seu coração realmente não tivesse mais dono... E o pior é que tinha... O dono daquela boca carnuda, úmida, com sede de beijos que ela não sabia se podia saciar. E dava o máximo de si. Dava e recebia em troca os melhores beijos que sua boca poderia ter.

Beijos! Beijos! Que beijos! Que beijos! Beijos que ela sempre quis desde que pode olhar nos olhos do dono daquela boca... Desde que pode ouvir a música que saía daquela boca. Desde que pode sentir aquelas mãos tocarem as suas... Desde que pode sentir aquele corpo encostado ao seu num abraço que só lhe fez encontrar aquela boca... Que boca!

Mas que boca com mais sede de amor! Mas que boca que lhe pertencia mais que ao próprio dono...

O dono dela – daquela boca – já não era mais ele. Era ela que tomou de conta da boca, do corpo, da alma, da vida... E eles eram sós. Porque não podiam mais ser dois...

23/11/2007

GeisyDias
Enviado por GeisyDias em 25/11/2007
Código do texto: T752401
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