AO BOM LEITOR AS BARATAS

                        Diga-me, leitor amigo, já disputaste com baratas um bom sono, em um porão?
                        Foi o que aconteceu-me na outra noite, mal disposto sobre um catre improvisado; e tendo como travesseiro revistas Seleções e alguns Machados mofos, além de uns jornais de cobertor – dormira bêbado, de empréstimo, no porão de um velho amigo.
                        Depois de bem pesado sono, sob a anuência dos insetos, afinal senti alguns raios naturais sugerindo-me o provável amanhecer.
                        Ainda tonto e sonado, pus-me trôpego à busca de um sol, deixando por lá as cobertas e as baratas.
                                               . . .
                        Sentei-me sobre a relva e só então dei pela companhia de um dos Machados sob o aconchego de uma suada axila.
                        E, não sei se por instinto intelectual, ou por fome, devorei-o...!
                                               . . .
                        Quanto a tu, se tens sono, ou tédio desta leitura, os jornais ainda estão lá – como também as revistas, outros Machados (talvez o próprio Quincas Borba), e, principalmente, as baratas.
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