UM SONHO EM VIENA

(Hull de La Fuente)

Cap. VII



Os casais continuavam a bailar no lindo salão, ao som das românticas valsas de Straus e outros compositores.

 

Às mesas em volta da pista de dança, algumas pessoas conversavam  animadas, em tom ligeiramente alto, para os padrões da Europa.

 

Eu estava encantada com o meu cavalheiro. Voltamos pra pista de dança. Friedrick abraçou-me pela cintura e eu senti o sangue correr quente pelas veias. A cintura é meu ponto fraco. Acho que ele sentiu minha reação, pois carinhosamente puxou-me pra perto dele, para seu peito. Eu não podia enamorar-me, pensei, mas à minha volta tudo cooperava para tal. O perfume dele tomava conta dos meus sentidos, a cumplicidade da música, do ambiente e o fascínio do rapaz, a graça com que conduzia a dança... Fechei os olhos por um instante entregando-me ao momento.  Então, docemente, Friedrick beijou-me a testa e estreitou-me um pouco mais pra junto dele. O que acontecia comigo acontecia com ele também. Levantei os olhos e o fitei sorrindo, o rapaz sentiu-se encorajado e beijou-me os lábios, suavemente. A orquestra elevou o tom da música, os casais bailavam a nossa volta e nos sentimos transportados para outro mundo. Como era doce sonhar nos braços do meu lindo dançarino. Eu perpetuaria aquele momento.

 

Eu soubera da existência do baile através de uma revista que encontrei no salão que eu freqüentava. Mostrei ao cabeleireiro a matéria e ele contou-me que sua cunhada viajava a Viena todos os anos, só para dançar nos bailes do outono. Segundo disse, há mais de oito anos. Infelizmente sua cunhada morava em Bolonha e eu 

Continua...




Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 02/06/2008
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