UM SONHO EM VIENA

(Hull de La Fuente)


Cap. IX



_Compreendo! E o “mais palpável” seria um simpático austríaco com quem estou dançando? – respondi quase mergulhando no lago cinza-azulado dos olhos dele. Que fascínio, que doçura. 

Friedrick olhava-me como se eu fosse o amor de sua vida. Por um momento um dos capetinhas de Loredana gritou-me ao ouvido: “Esta é uma técnica de sedução que eles usam para turistas românticas, como você.” Sacudi a cabeça e afugentei o pensamento negativo. Ocorreu-me perguntar ao rapaz se ele dançava em todos os bailes do outono. 

– Não, minha princesa!  Eu trabalho, tenho um comércio. Também ensino na escola de dirigentes comerciais. 

Nesse ponto a conversa foi interrompida pelo regente da orquestra, anunciando uma pausa pra exibição de um grupo de danças folclóricas. Friedrick traduziu-me o que o homem havia dito em alemão.

 

Voltamos à mesa e o garçom serviu-nos vinho e nova rodada dos deliciosos e delicados salgadinhos. O grupo de dança se exibia na pista e Friedrick gentilmente explicou-me a história das danças e de quais regiões provinham. Depois me perguntou se eu já estivera em Viena e se estava gostando. Respondi que era a primeira vez, resumindo a história de como eu soubera do baile. Que havia chegado a Viena no dia anterior e voltaria pra Milão entre dois ou três dias. Então ele me convidou para conhecer um pouco da cidade e dos arredores. 
Fiquei surpresa com o convite inesperado. Friedrick percebeu e tranqüilizou-me em tom de brincadeira, dizendo que era um austríaco civilizado. Contou-me que estudava dança de salão e que dançar era a sua paixão. Sorrindo aceitei o convite. Nada poderia ser melhor do que conhecer Viena em companhia tão agradável. Minha resposta o deixou visivelmente satisfeito. 

 
Continua...

Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 03/06/2008
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