UM SONHO EM VIENA
(Hull de La Fuente)
Cap. X
Após a bonita apresentação dos grupos folclóricos, o salão foi novamente invadido pelos dançarinos. Voltamos à pista e dançamos como se não existisse mais ninguém em volta. Nossos olhos pareciam hipnotizados, não se desviavam. Uma doçura imensa pairava sobre nós. Os grandes e ricos candelabros de cristal cintilavam e a luz que emanava deles, realçava os cabelos castanhos de Friedrick. Como era lindo o meu par. Era uma atmosfera da qual eu não queria acordar. Secretamente desejei que os relógios parassem e que o baile nunca tivesse fim.
Num momento de pausa, um dos fotógrafos veio a nossa mesa e eu pude escolher algumas fotos. Friedrick também escolheu algumas. Notei que ele escolheu as fotos onde o meu rosto era bem visível e senti certo prazer com aquilo. Eu receberia as fotos no hotel, no dia seguinte.
Voltamos a dançar mais algumas vezes, mas o relógio foi impiedoso e não parou de andar. Às sete horas da noite o baile acabou ao som da valsa “Andorinhas da Áustria”. Ninguém saiu antes do final. Comentei com Friedrick minha preocupação com o táxi, à saída. Seria muita gente saindo ao mesmo tempo, como faria pra encontrar meu táxi?
_ Não se preocupe princesa! Nossa noite não acaba aqui. Eu conheço a companhia de táxi que a agência contratou, com um telefonema resolverei o problema.
E após uma rápida ligação se voltou para mim com seu encantador sorriso e tomando-me a mão, fez uma leve reverência e indicou-me a saída dizendo:
_”Andiamo Principessa“! (Vamos princesa!)
Saímos do palácio e percorremos a distância até onde os carros paravam para pegar os passageiros. Encontrei de novo os espanhóis. Eles entraram rápidos no micro-ônibus. Alguns deles acenaram-me um adeus.
Friedrick pediu-me que o aguardasse ali mesmo e foi pegar o carro. Mas antes, o belo dançarino curvou-se e beijou-me a boca. Subi às nuvens novamente. Fiquei pensando em como eu era louca, aceitando o convite de alguém que acabara de conhecer. Loredana se surpreenderia com a minha ousadia
Continua...