UM SONHO EM VIENA

(Hull de La Fuente)

Cap. XIII



_Ok! Minha princesa! Amanhã teremos um outro dia. – Disse com seu encantador sorriso – Vou levá-la para conhecer a região do Tirol, vamos ter um lindo dia.  Depois eu a levarei para conhecer meus pais e nosso comércio.

Friedrick acompanhou-me até a recepção do hotel, onde nos despedimos nos devorando com os olhos. Quando ele estava saindo, tive medo de não mais encontrá-lo e então me ocorreu perguntar que tipo de comércio era o dele. O rapaz pegou-me as mãos entre as suas e orgulhoso respondeu:

_”Principessa” Lucia, modéstia a parte, eu possuo o melhor açougue de Viena! E conseqüentemente, sou o melhor açougueiro.

 

Senti o sangue subir ao rosto e por um momento foi como se o chão me faltasse. Friedrick percebeu o meu estado e preocupado tentou amparar-me. Sorri sem graça, procurando justificar o mal-estar ao vinho e às emoções vividas naquele dia.  Solícito, perguntou se podia acompanhar-me até o quarto, pois estava preocupado comigo. Recusei delicadamente e mesmo assim ele acompanhou-me ao elevador, onde nos despedimos com um suave beijo. 

A porta do elevador se fechou e num verdadeiro tumulto de sentimentos, encostei-me ao espelho tentando por os pensamentos em ordem.

 

No quarto, apesar da hora, liguei pra Loredana. Ela ainda estava esperando e, segundo disse, vendo um filme. Procurei resumir como havia sido o encontro com Friedrick. Disse o que ele realmente era. Culto, cavalheiro, lindo, encantador, ótimo dançarino, perfumado e sexy, mas no último momento eu descobrira que ele era açougueiro. 

Loredana fez uma pausa nas perguntas, como se estivesse considerando o que acabara de ouvir. Por fim, perguntou-me:

_E agora? O que você vai fazer com o medo que sente de ver sangue e de açougueiros?  Vai perder a oportunidade de conhecer alguém interessante só porque tem medo de facas e sangue?

_Não sei, Loredana! Se eu chegar de volta a Milão amanhã na hora do almoço, é porque o medo me venceu. Mas eu ainda tenho este resto de noite para pensar. Amanhã é um outro dia, como disse a Scarlate do filme “E Vento Levou”. 

Já estava quase amanhecendo quando adormeci, sem ainda ter decidido se iria ou não, ao encontro do  sedutor dançarino açogueiro. Então sonhei que dançava no Palácio da Valsa, nos braços de Friedrick Olaff.

 

FIM

 



Ao leitores que seguiram até aqui, faço estas perguntas: 

É justo este final? 
Ela irá ao encontro do rapaz?
Ela está certa em afastar-se de Friedrick antes de conhecê-lo de fato?
Qual deveria ser o final dessa história?

Hull de La Fuente
Enviado por Hull de La Fuente em 04/06/2008
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