PAR PERFEITO

Existe homens e mulheres perfeitos?

De quem é a culpa? Existe culpa?

Quer ler uma história sobre isso?

Pense bem sobre isso. Depois que começar, vá até o fim.

Era uma vez.... há muitos e muitos anos atrás, antes até que Jesus andasse sobre a terra.

O maior sábio dos sábios resolveu lutar contra todas as forças do mal e provar que homens e mulheres eram capazes de viver em harmonia e se amarem profundamente.

Mas não um tipo qualquer de amor, teria que ser um amor sincero e real.

Ele acreditava nisso – e acredita até hoje – apesar de saber que isso depende de cada um. Da sua parte ele faria tudo para ajudar sem interferir, a menos que fosse solicitado.

Como ele pode ver o futuro e o passado como se tudo fosse hoje, resolveu dar uma olhada em como estariam vivendo homens e mulheres há milhares de anos na frente. Escolheu o ano de 2008.

Olhou por toda a terra e viu homens e mulheres sozinhos. Muitos entregues ao trabalho, sem tempo para mais nada. Outros tantos vagando sem rumo, sem casa, sem condições de vida digna.

Mas, todos procurando companhia. Desconfiados uns dos outros. Disputando cada centímetro de espaço, fosse ele nas escadarias da fama ou em um cantinho nos seus corações.

Viu que homens e mulheres queriam atenção queriam encontrar seu par, mas, muitas vezes, quando encontravam ainda estavam insatisfeitos.

De acordo com muitas matérias e textos, e até pela pura observação, as mulheres queriam um homem que lhes chamasse de linda em vez de outros adjetivos. Que deitasse em baixo das estrelas e escutasse as batidas do seu coração. Ou que permanecesse acordado só para observar ela dormindo. Um homem que quisesse mostrá-la ao mundo e segurasse sua mão na frente dos amigos dele. Que valorizasse sua inteligência e seu poder de sedução. Que admitissem que eram elas, com sua sabedoria, que conduziam a relação e que sem elas os homens são indecisos e inseguros.

Os homens queriam uma mulher que não reclamasse de nada, nem de jogos de futebol nem bebida. Não cobrassem atenção, flores, recados, e-mails, presentes em dias especiais, visitas a sogra, idas ao médico, as compras ou ao shopping. Não ficassem monitorando seus passos pelo celular. Deixassem eles trabalharem em paz e depois saírem com os amigos antes de ir pra casa. Que falassem menos com as amigas – menos fofocas. Fossem menos volúveis e mandonas e, principalmente, assumissem seus erros. Claro que eles querem estar com elas, mas o mundo não é só elas. Eles querem ser livres.

Em comum, homens e mulheres queriam que o outro ligasse de volta quando desligassem na cara deles. Ambos queriam navegar na Internet, fazer amizades, isso, é claro, desde que o outro não entrasse mais.

Nossa, o sábio viu que faltava união.

Faltava clima, entendimento e cumplicidade. Percebeu que quanto mais conhecimento mais os homens se afastavam, pois surgia a disputa e a ganância.

Pensou, pensou e resolveu criar um ambiente de paz e harmonia.

Se não houvesse disputa profissional, intelectual e nem telecomunicação a coisa iria bem. Se não houvesse dinheiro nem orgulho, quem sabe.

Pois bem, o sábio criou um jardim maravilhoso. Tudo que era planta, flores, árvores frutíferas, e águas cristalinas ali tinha.

O clima era sempre ameno e refrescante.

Os animais andavam soltos, dóceis e em harmonia. Machos e fêmeas unidos.

Era um paraíso.

Mas o sábio queria algo que unisse definitivamente homens e mulheres e que eles entendessem que são iguais em tudo, até nos erros e defeitos.

Que eles devem andar juntos, desfrutar juntos e se aceitarem como um.

Resolveu então criar com suas próprias mãos um modelo masculino perfeito. Ele o fez viril, com aparência de força que impunha respeito diante dos outros animais. Grande e inteligente. Colocou dentro do seu peito um coração generoso e sensível a ponto de ceder uma parte de si para alguém.

Dessa pequenina parte o sábio fez uma mulher. Claro que ela saiu menor e frágil em tamanho, mas, para compensar, o sábio lhe colocou uma força descomunal para que ela usasse quando fosse necessário. Deu-lhe intuição e dose dobrada de carinho e afeto. Para completar, deu a ela o dom de gerar novas vidas - com a ajuda do homem, é claro.

Satisfeito, o sábio colocou um diante do outro e lhes explicou tudo em detalhes. Falou que um completava o outro; que eram feitos um para o outro para que não se vivesse só.

Que as qualidades de um apagariam os defeitos do outro.

Que até anatômicamente um se encaixava no outro.

Ordenou que vivessem em paz e harmonia como os demais animais daquele lugar.

Lembrando do futuro o sábio quis evitar que o erro se repetisse e avisou: - de toda a árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela não comerás....

E o casal viveu anos e anos felizes naquele lugar. Comiam, bebiam e se amavam livremente, sem pudores e rivalidades.

Um belo dia, a mulher, que adorava caminhar, investigar as coisas e conversar com os animais, saiu para passear com sua amiga cobra.

Papo vem e papo vai a cobra lhe convenceu a desobedecer a ordem do sábio e a experimentar da fruta proibida.

Comeu e gostou. Como tudo que fazia ela contava e dividia com o homem, a primeira coisa que fez foi voltar correndo e lhe dar do mesmo fruto.

Encontrou o homem tranqüilo, sentado a sombra de uma árvore, observando a natureza.

Quando ela lhe ofereceu o fruto, mesmo sabendo que era proibido comê-lo e que estaria desobedecendo ao sábio, ele aceitou de imediato.

Os dois conheciam o sábio e sabiam de sua bondade e de seu amor por eles. Com certeza ele não seria rígido e entenderia a curiosidade de ambos. Não sabiam que ele era justo.

O sábio - como eu já disse, que via tudo no presente e no passado - já sabia o que eles tinham feito, mesmo assim perguntou ao homem o que tinha acontecido.

E o homem respondeu:

- a mulher que me deste por companheira, ela me deu da árvore, e comi.

O resto vocês já conhecem...... ou imaginam.

Pirilim, pirilim a história chegou ao fim

Etelvina de Oliveira
Enviado por Etelvina de Oliveira em 16/08/2008
Reeditado em 19/08/2008
Código do texto: T1130852
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