Um indolente amanhecer

Eles cantam... E como amanheceram felizes! Eu indolente, quase dormindo, meio “grogue”... Eles parecem propositalmente querer me contentar. Tudo parece ao meu favor! O sol ameiga-me pela janela entreaberta, noticia-me sua estação predileta... Mas eu continuo inerte a tudo. Eu não estou resposta para os estímulos... Falta-me tesão!

As horas vão passando – o tempo não espera, não dá trégua! Os pássaros seguem cantando, o sol flamejando... Mas eu pareço esperando por nada ou quiçá, por mim, que não desperto. Nesse momento eu avisto a vida sem contemplá-la. Então começam os questionamentos oriundos desses ensejos: os “comos”, os “por ques”, os “quandos”, os “ondes”...

Bem, dentro de mim tudo se inquieta, menos eu. Eu nem durmo nem acordo. Eu não quero saí daqui, mas também, aqui eu não estou. Ah! Eu nem sei onde estou... Talvez seja isso o que me intriga. Ou talvez seja exatamente isso, que me açula.

Ivone Alves SOL