Sadie Cinira, I

Sadie Cinira. Provavelmente quem escolheu meu nome sabia o quanto de infelicidade caberia em minha vida.

Sem nada que possa preencher minha alma vazia, ando assim, meio triste...

Meu coração funciona somente uma parte. A parte que me deixa viva todo dia. A minha tristeza é uma mistura de acontecimentos ruins que eu sou obrigada a esquecer, e, ainda assim, obrigada a sentir.

Sinto o coração apertado e uma grande vontade de chorar sempre, sempre e sempre mais... Milhões de pensamentos vêm me atormentar, vontades, desejos, objetivos inalcançados gritam em meus ouvidos, em uma tentativa desesperada de que eu concretize-os. Mas eu simplesmente não consigo. Essas vozes dilaceram meu coração conforme respiro.

Uso os olhos em uma tentativa fracassada de fantasiar o mundo. Quando os fecho me sinto sufocada, é como se o ar fugisse de mim... eu não vejo meu futuro, não consigo sonhar, não encontro mais o brilho, o cheiro, o gosto e a felicidade, nem na ilusão.

Quando abro os olhos, a realidade ainda estar lá, a minha frente, parada e morta... eu impotente, não posso mudá-la.

Tudo continua no mesmo lugar, porém eu procuro uma fuga, até o momento de a encontrar.

Tati Nabokov
Enviado por Tati Nabokov em 13/01/2009
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