O homem que colecionava clítoris

Numa aldeia distante um povo vivia uma tribo onde homens e mulheres conviviam harmoniosamente, até que um dia a tranquilidade da tribo foi quebrada. Um caçador estranho e desconhecido, de pele branca rondava aquela tribo, sua presa? As mulheres.

Nenhum nativo sabia da existência desse caçador. Aos poucos algo sinistro começou a perturbar a paz dos nativos, as mulheres começaram a evitar seus maridos. Eles não sabiam o que estava acontecendo até que um belo dia de caça, os guerreiros daquela tribo resolveram se reunir para discutir o estranho fato. Convocou o pajé para através da magia tentar decifrar o mistério, mas os deuses da natureza nada responderam naquele dia, nem o fogo nem o vento puderam revelar o que estava acontecendo, porém, o efeito da mágica fumaça que subia das ervas puderam mostrar uma coisa ao pajé. Ao aspirar a fumaça, o velho se viu numa floresta densa e um bicho estranho rastejava feito serpente entre as folhas secas, ao mesmo tempo em que o bicho rastejava, ele se colocava de pé e andava sobre duas pernas. Nas mão tinha um instrumento que expelia fogo. Diante do pajé. O bicho feroz que se transformava em homem semelhante aos tribais abriu um embornal e lhe mostrou vários clítoris. Pajé não sabia o que era aquilo, sem discernir aquela visão, passou disa e dias preocupado sem poder esclarecer o que estava acontecendo com as mulheres daquela tribo. Evitando os homens, a tribo tendia a desaparecer, pois as mulheres não reproduziam mais. Um certo dia um antropólogo que visitava a tribo observou que as mulheres saiam para a coleta de frutos e não voltavam, só depois de dias, apareciam na tribo debilitadas, famintas e com marcas de arranhões pelo corpo. Um genecologista foi chamado para examinar as mulheres da tribo, claro, com autorização do pajé. Assim, o mistério foi desfeito, descobriu-se que um homem estava violentando as mulheres e cortando o clitóris delas, por isso, não tinha mais desejos sexuais. Foi assim que os tribais decidiram sair à caça do perverso caçador de clítoris.

O dia inteiro os caçadores procuraram e nada encontraram, até que uma pista apareceu. Um dardo com uma substância tóxica e paralisante conhecida pelos nativos foi encontrada perto de uma cabana. À noite os nativos preparavam uma emboscada para pecar o inimigo. Ao entardecer começaram a se preparar para a guerra, pintaram os rostos e dançaram envolta do fogo ao som de tambores. Após o ritual, saíram pra floresta e ficaram observando de longe cada movimento dentro da cabana. Em um instante às luzes se apagaram, então aproximaram sem fazer barulho, e ao perceber que o homem dormia, invadiram a cabana e o capturaram. O prisioneiro foi levado para a aldeia e amarrado em um tronco. O embornal de clítoris foi tirado dele e passaram a fazer parte das orientações sexuais para as garotas que nasciam naquela aldeia. Elas eram orientadas a não saírem sozinhas sem a companhia das outras mulheres, as mulheres passaram a ser orientadas a não se desgrudar do bando e uma passou a zelar pela outra durante as coletas. As crianças desde cedo aprendiam que os homens brancos foram os que trouxeram perigos, ameaças, doenças e desgraças aos povos nativos. Trouxeram a gripe, o sarampo, a varíola, a gripe dizimando milhares de povos semelhantes aos daquela tribo, eles violentaram e estupraram as mulheres e através dessa violência sexual, nasceu uma nova sociedade miscigenada. As crianças aprendem também que o homem branco trouxe o negro da África e fez o mesmo com ele. Os rituais foram mudados, suas crenças foram violadas, seus deuses substituídos por santos europeus e quem quisesse manter seus costumes e seus rituais era castigado e morto sob acusação de heresia.