INCÓGNITO DESTINO DE DOIS VAMPIROS

De cronologia amplamente distante, eles rescindem a linha do tempo e da abscissa, em vôos sem escalas, e nunca erram a direção. Seus corações apontam sempre pro norte. Não são cruentos, mas, é como se estivesse nas veias um do outro, a pista do destino.

Ela, uma vampira cigana. Ele, seu porto arcano. Não há como precisar as voltas que a vampira cigana dá em um dia, no seu mundo. Nem como saber, exatamente, o porquê dessa inquietação. O certo é que algo mudara, desde que numa de suas voltas, um vampiro a abordara. Ele não precisara de nada, além de suas palavras, para hipnotizá-la. É como se sua “caça” estivesse ali, à sua frente. Ele lhe acomodou em seus braços, enquanto se ajeitava em seu olhar. Ela deparava com um porto e enigmas a desvendar. Sentia-se segura em braços desconhecidos. Aquietava sua procura num achado ainda subentendido.

Mas ela quer permanecer ali. No olhar perdido desse vampiro, um tanto atrevido, ela desnudamente se ver. Eles não querem mias entender nada. Querem apenas viver! Deixam que o destino trace seus caminhos e, se por acaso se perderem na estrada, que seja pra se encontrar, um no outro.

Ivone Alves SOL