A FORÇA DO EXEMPLO

Há muitos e muitos anos atrás, vivia no campo uma numerosa família. Ao todo nove pessoas: sete filhos, o pai e a mãe. O pai, um lavrador analfabeto como a maioria de seus contemporâneos naquele rincão longínquo.

Deus compensara-lhe a ignorância e a pobreza com muita saúde. Saúde que ele hereditariamente passara aos filhos. Tinha amor e finura no trato com as pessoas principalmente com seus familiares.

A exemplo do Pai Celeste, era bom e justo. Administrava com sabedoria e de sol a sol à pequena propriedade que lhe ficara como herança dos pais.

Sendo filho único, agradava-lhe a ideia de uma casa com muitos moradores, onde a solidão jamais se instalasse. Acostumou os filhos ao trabalho digno. Ensinava-lhes que o homem que trabalha a terra e dela tira o seu sustento e, ainda coopera com o trabalho e sustento alheio, está a dar continuidade à obra do Pai Criador de todas as coisas.

Ao explicar-lhes o seu ponto de vista, usava um palavreado simples, mas calava fundo no coração dos filhos.

Seu Adair contava com a ajuda física dos filhos e até com a prestimosa ajuda das filhas e da esposa no árduo trabalho no campo. No entanto, jamais se aproveitou de sua condição de pai ou marido, ou de ser alguém possuidor de um bem para explorar àqueles que o ajudavam. Daqui, dali, encontrava um jeito de remunerar quem quer que fosse pela ajuda obtida.

Exigia que os filhos estudassem, para tal, abstinha-se de suas forças de trabalho e de suas companhias. Para ele era sagrado o tempo de aprender. Dizia-lhes:

- Vocês estudem com afinco e responsabilidade para não precisarem trabalhar duro como eu. No entanto, estudados, não se tornem vaidosos. É preciso lembrar que de tudo que o Senhor nos concede, cinquenta por cento é obra Dele. A outra parte é nossa, simboliza o nosso esforço. Juntando as duas metades, é possível a colheita. Ao usufruir do fruto do trabalho, é preciso não permitir que falte aos outros o que nos sobra. Que o nosso exemplo seja Deus, o grande Semeador que nos dá vida e vida em abundância.

O tempo passou... Cada filho tomou o seu caminho. Aquele homem jamais impediu que cada um buscasse o seu caminho. Recomendou-lhes sempre que qualquer que fosse o trabalho que fizessem, por mais humilde que pudesse parecer aos olhos do mundo, que o fizessem da melhor maneira possível, de forma a agradar a Deus. Devido aos bons ensinamentos e, sobretudo, aos bons exemplos que Seu Adair deu aos filhos, sem demora seus filhos colheram o fruto de seus esforços.

Um deles escolheu a carreira política, tornando-se um exemplo de dignidade e honestidade como homem-público. Daqueles que se preocupam com em tornar menos difícil à luta ferrenha e humana dos menos afortunados. Outro tornou-se doutor em medicina, fazendo de sua vida uma pungente oração, num trabalho incessante e interminável em prol da saúde e do bem estar de todos que dele precisaram. Uma filha se tornou enfermeira e juntamente com o irmão médico desenvolveu um trabalho humanístico de extrema dedicação e solidariedade. Um outro filho fez-se padre missionário e levou a sua ajuda e a palavra de Deus aos recônditos da terra.

Mara, sua filha mais velha dedicou-se ao lar, foi esposa e mãe dedicada. Ensinou aos seus filhos e netos os princípios cristãos. Com esse procedimento garantiu uma farta colheita de conhecimento e sabedoria aos seus descendentes.

O mais jovem filho do sábio lavrador trabalhou por um longo período como faxineiro em uma rodoviária, para custear seus estudos. Com esforço e estudo, com a ajuda dos seus e de Deus melhorou a sua condição de vida. Muito se alegrava pelo seu esforço e até se orgulhava de haver sido o melhor lavador de privadas que aquela grande cidade conhecera. Considerava àquele período como uma experiência enriquecedora.

Seguiram a risca, todos os filhos de Jair, às suas recomendações e exemplos. “Faça sempre o melhor que puder o seu trabalho, por mais humilde que possa parecer aos olhos do mundo.”