Às margens da lagoa

A lagoa brilha.

A lagoa resplandece, na manhã de sol.

Os raios douram as águas, repartindo-se em mil cintilações.

A lagoa, que não é realmente uma lagoa, mas uma laguna, reverbera a luz solar.

Ela caminha pela borda.

Caminha e pensa, caminha e sente.

As águas da lagoa brilham.

As águas da lagoa cintilavam assim, no dia em que ele decidiu arriscar a vida em outras paragens.

Ele, dividido. Ela, angustiada.

Veio o outono, passou o inverno, chegou a primavera.

Mais um verão lotou a praia.

Na manhã de domingo, as águas da lagoa brilham ao sol.

Ela caminha, olhos distraídos no horizonte.

As águas da lagoa cintilam.

Alguém põe-se a caminhar ao seu lado.

A ausência vira presença.

(Será o mesmo homem que um dia amou?)

Continua a caminhar, como se sozinha estivesse.

Lá no fundo, brilha a lagoa.

Béti Mecking
Enviado por Béti Mecking em 28/07/2009
Reeditado em 06/08/2009
Código do texto: T1724578
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