'O pintor de tela...'


Lord de Chantun, homem de extrema beleza apaixona-se por Milady Ayde, jovem condessa, da corte de França nos meados de 1896. Procura os pais da bela jovem e a pede em casamento, sendo aceito pelo ‘Conde Monte-Rei’. Os preparativos ficam prontos e celebrada as bodas do jovem casal.

Encantado com a beleza da esposa ele ordena a seus guardas que procurem pelo condado o melhor pintor da época.
Meses se passam e os que se apresentam não são aprovados pelo Lord que apesar de seus dotes físicos era um homem dominado pelo ciúme.

Milady sempre carinhosa com o marido fazia tudo para que ele percebesse que o amava, e não haveria motivos para tanto ciúmes a ponto de serem proibidos aos amigos aproximarem-se dela.

Em um condado distante vivia um jovem muito requisitado pelos nobres por seus dotes como pintor. Aramis, era um homem educado, moreno claro, olhos verdes, cabelos castanhos caracolados, um sorriso que encantava as donzelas do povoado. Era admirado por sua lealdade e respeito ao trabalho que fazia em suas obras.

Numa festa para comemorar o aniversario do Rei Antoine, Lord
fica sabendo do jovem pintor de telas e logo envia um emissário a sua procura. Aramis atende prontamente o chamado e se encaminha pra França, sendo muito bem recebido. É instalado na ala norte do castelo, logo em seguida é levado ao salão onde se acomodaria para fazer a pintura de Milady.

No dia seguinte, a tarde, o Lord leva sua esposa a presença de Aramis para começarem a pintura. O jovem fica encantado com a beleza da jovem Dama, jamais conhecera uma mulher tão bela.
Todas as tardes passavam horas no salão improvisado de atelier.

Milady começara a ficar inquieta com a presença de Aramis, não entendendo o que se passava em seu intimo. Ele era totalmente diferente do marido, sempre delicado, educado, tratava-a com mil delicadezas. O marido a cada dia se tornava ríspido, ciumento,
Ela tudo fazia para que ele acalme-se e não precisava se preocupar, pois o jovem jamais tentara nada para ofender-la.

Aramis descobrira que se apaixonara pela jovem senhora. Ouvia os rumores entre os empregados, de como o Lord tratava sua esposa.
Não entendia como um homem podia tratar a mulher que tanto amava daquela maneira.

Com os constantes conflitos entre o casal, a tristeza tomara conta dos olhos da bela Senhora. Já não era mais a mulher alegre que conhecera meses atrás. Aos poucos foram se tornando amigos e durante as sessões, conversavam sobre o que tanto a atormentava. Por vezes a jovem chorava por horas ao lado do jovem amigo.

Numa tarde, o Lord tomado pelo ciúme da esposa tenta mata-la, sendo acudida pelos empregados do castelo, estava enlouquecendo. Seus familiares foram avisados pelo comandante da guarda do rei assim que tomou conhecimento do ocorrido.

A jovem passara a ficar mais no atelier, para que o quadro fosse terminado o mais breve possível e o jovem, ir embora, em segurança.
Pensava como deixar a mulher que amava a mercê de um homem tão estúpido. Não poderia em hipótese alguma deixar ser descoberto o que sentia pela jovem dama.

O pai do Lord, fora ter com o filho e tentar intervir nos problemas que se causaram a atitude impensada do filho. Fora recebido rispidamente, aos gritos dizia ao pai que não intromete- se em sua vida. O pai tentava aclama-lo tentando fazer entender que a esposa o amava e nunca o trairia.

O Lord.parecia estar surdo, não ouvia as palavras dirigidas a si.
Abruptamente sai da sala deixando o pobre pai desolado, teria que tomar uma decisão drástica, para evitar uma tragédia. Amava a nora, sabia do amor que ela tinha pelo seu pobre filho, que deixara se levar pela loucura.

O Lord dirigiu-se ao atelier, e desencadeia uma feroz, calorosa, discussão, com a esposa, ignorando a presença do jovem, tenta atira-la pela janela. Os gritos da jovem fora ouvido a quilômetros de distancia do castelo. Adentra os empregados fieis a jovem dama, tentam retira-la das mãos do marido totalmente descontrolado.

Em fração de segundos um corpo cai pela janela, nos jardins do castelo. Correm e encontram o Lord estendido ao chão, seu pai vai ao encontro do filho, mas é tarde. Por causa do ciúme doentio, que sentia da esposa perdera a vida. A jovem senhora, aos prantos, abraçada ao marido, pede que volte e não a abandone.

Todo o condado fica em luto, o funeral fora dias depois. A jovem dama, enclausurara-se num convento, logo em seguida o funeral do marido. Amava-o e preferira terminar seus dias servindo a Deus.
Jamais se ouvira falar de Milady.

O jovem pintor em choque por causa do acontecido, decide parar de pintar. Leva consigo o quadro da bela dama, onde termina seus dias a observar o belo rosto da mulher amada, sem que ela jamais pudesse suspeitar do grande amor que sentia.

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'Cllara dos Anjos’

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