A PAZ VOLTOU A REINAR

Gustavo era um menino de nove anos,que vivia no seio de uma família pobre.

Muito cedo, em cada dia que acordava, antes de se por a caminho da escola, tinha logo de começar a trabalhar.

Ajudava o pai na hortinha improvisada, para que pudessem ter mais alguma coisa que comer.

Seu pai estava desempregado havia já um ano e , apesar da mãe estar a trabalhar como recepcionista numa lojinha, o orenado que ganhava não compensava as despesas lá de casa.

Até as horas a que Gustavo queria assistir aos seus desenhos animados preferidos na televisão eram contabilizadas arigor, para não se excederem nos gastos de energia.

O menino apesar de triste, compreendia esta situação.

Para não ter que deixar de estudar, um dia os pais chamaram-no para junto da chaminé de estilo antigo, onde crepitava a lenha, e que era tão acolhedora nas noites gélidas de Inverno.

Gustavo não queria acreditar naquilo que iria escutar.

_Ouve meu filho._dise o pai com a voz aos soluços._Como sbaes, o pai está sem trabalho e o dinheiro não dá pra tudo. E como não queremos que deixes de ir à escola, vais ter que nos deixar por uns tempos.

Ao ouvir aquilo, o míudo saltou de súbito da cadeira, que quase caía ao lume.

_Tem calma meu rico filho._Retorquia a mãe com o coração a despedaçar-se ao ter que deixar partir aquela criança, que afinal, era meiga, merecedora de todos os acrinhos que os pais possam dar a um filho.

_Mãmã, eu não quero ir para lado nenhum._Disse Gustavo com as lágrimas a correrem pelo rosto.

_Filho, estamos quase sem dinheiro e assim irás passar fome.E como não te queíamos ver sofrer, fomos ver de uma instituição que te acolhesse para que possas viver em Paz._tentou explicar-lhe seu pai.

_Tens que compreender o que é melhor para ti.

Nessa noite, Gustavo nem sequer fechou seus olhos. Apenas se lamuriava e nem se podia lembrar que anda por cima seria já na manhã seguinte, a hora da despedida.

E como o tempo urge, Gustavo que tinha já asua roupa preparada, vestiu-se e foi ter com a sua mãe à cozinha, que lhe preparara um pequeno almoço mais rico que o habitual.

Espantado, o menino questionou:

_Mãezinha, isto tudo é por causa de eu me ir embora?

A mãe afagou os acbelos de Gustavo e apenas lhe disse:

_Come meu filho, que daqui apouco estão aí os senhores para te levarem.

Passaram duas horas, que para o rapaz foram as mais compridas desde que nascera.

Lá ao longe avistou um carro desconhecido e esmoreceu-lhe a alma, mais uma vez.

A viatura foi-se aproximando e Gustavo correu para os braços do pai, que a chorar lhe disse:

_Và lá meu filho, tens de ser forte!Já és quase um homenzinho.

Era chegada a hora. E assim foi. O míudo partira em direcção de Lisboa, sem saber quando iria de novo voltar àquele lugar.

O tempo foi passando e Gustavo foi-se habituando ao seu novo estilo de vida.

Conheceu novos amigos, com quem brincava, e onde podioa jogar na consola de videojogos e ver televisão sem ter de contar o tempo.

Mas nunca, mesmo nunca, esquecia os pais.

Todas as noites, antes de se deitar rezava por eles e no amanhecer do dia seguinte a primeira coisa que perguntava era quando voltava para casa.

Respondiam-lhe:

_Talvez nunca mais. Os teus pais vão-se esquecendo de ti.

Uma vez ao fazer a mesma pergunta e já saturado, o menino deu um pontapé nas canelas da Sra D. Mariana, que era a responsável da instituição.

Puseram-no de castigo. E nesse dia, alguém entrou no quarto do míudo e com toda a malvadez, viu que ele não se apercebera, tapou-lhe a boca, e sem que ninguém desse por isso fugiu com ele.

Levaram-no para Madrid, onde abusaram da sua inocência e do seu corpo.

Gustavo pensava:

_Onde está a Paz, que os meus pais diziam que eu iria encontrar?

Todos os dias o espancavam e obrigavam-no a fazer coisas, que enm aos adultos se mandam fazer.

Contudo, o míudo, certo dia conseguiu fugir daquela espelunca.

foi andando pelas ruas, até que encontrou um polícia, e mesmo arranhando na linguagem, lá se derenrascou e deu a entender o que se tivera passado.

As autoridades, repatriaram o míudo para Portugal, depois dos contactos telefónicos efectuados com as entidades nacionais.

Gustavo regressou de novo para a instituição. Mas també aí alguém se aproveitou novamente da criança.

_Quase não posso mais. _desanimou.

Entretanto, o pai do rapaz, arranjara um pequeno ofício.

Numa empresa, ao saberem por portas travessas que aquela família tivera que entregar o filho por falta de condições humanas, o dono condoeu-se e ofereceu-lhe trabalho a tempo inteiro.

O salário não era muito alto, mas juntamente com o da esposa, certamente viveriam um pouco melhor.

Um dia, Jaime( assim se chamava o pai do menino), disse paea a mulher:

_Maria, está na hora de irmos buscar o nosso anjo da guarda.

A esposa, que há muito tempo esperara por esta notícia, agarrou-se ao marido as beijos, que parecia estar louca.

E estava, estava louca de alegria, pois iria poder dar todos os mimos ao seu menino, aquele que lhe dera tantas dores ao parir, mas que tanto orgulho lhe dava também.

Assim, na manhã seguinte, depois de se prepararem e de tomarem o pequeno almoço, dirigiram-se para a capital, num carro, posto á sua disposição pelo patrão onde Jaime laborava.

A estrada parecia não ter fim, mas finalmente aconteceu o reencontro.

A emoção era tanta, que até as empregadas lá do sítio se puseram a chorar.

_Meu filho, vais poder voltar para a tua casinha.Aquela que te viu nascer e aquela onde queremos estar agora sempre junto a ti._Disse maria, a mãe do rapaz.

_Nunca mais te abandonaremos. Nem sabes o quanto os nossos corações sentiram que não tinham Paz.

Depois de contar aos pais os maus momentos que passara, e de muitas lágrimas lhe terem corrido pela face, Gustavo nem queria acreditar.

Mas aconteceu.

O míudo voltou à sua casinha.

Quando chegou, deu pulos de contente.

Corria, como um tolo a correr desalmadamente pelas ruas de qualquer cidade.

_Que bom mãezinha!pPosso agora, mesmo podendo só ver televisão uma meia hora, etsar tranquilo, porque sei que vou viver em Paz, e que terei sempre o apoio de vocês._Dizia o menino, envolvido num forte abraço de seus pais.

E assim foi.

Gustavo continuou a estudar, cresceu e fez-se homem.

Compreendeu os valores éticos e morais da sociedade malvada que tivera que enfrebtar.

Mas no entanto,o que é certo, é que vive agora junto de quem o ama, sabendo que no seio daquela família a Paz se fez rainha, por não faltar agora o pão, a água, etc, etc, etc....

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 15/09/2009
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