CHRISTINE - "o diário secreto"

"...ela anotava em seu diário todos os seus segredos..."

Christine era ainda muito jovem quando entrou para o convento. Ela queria servir a Deus com inteireza de coração. Vivendo numa família muito rígida, conservadora, e puritana, ela aprendeu desde cedo as sagradas letras, com sua mãe que, todas as manhãs, acompanhada de uma Bíblia, ensinava-lhe um novo capítulo da palavra de Deus.

Após cada leitura bíblica, Christine dobrava os joelhos, em seu quarto, ao lado de sua cama, e fazia uma breve oração. Era assim que todas as manhãs ela começava o seu dia.

Seu lar tinha a graça e a paz divina, e a vida de todos, dentro daquela casa, era tranqüila, pois viviam em perfeita harmonia. Na escola, Christine destacava-se dos demais alunos. Notava-se um brilho em sua face, era algo sobrenatural! Suas poucas amigas, e bem poucas mesmo, diziam que ela era um “anjo”, por causa de sua pureza e inocência entre os demais.

Christine não compartilhava seus sentimentos mais íntimos com ninguém, pois aprendera com sua mãe que, não se podia confiar cegamente nas pessoas, principalmente naquelas que não professavam a mesma fé. A Sra. ‘Dorothy’ era mesmo “severa”, e não tirava os olhos de sua filha sequer um minuto.

Quando Christine completou dezessete anos, sua tia ‘Esther’ lhe presenteou com um lindo diário. Havia chegado o momento daquela jovem arrumar as suas malas, se despedir de sua família e ir para o convento, pois este era o seu grande sonho. A partir de então ela passaria por uma incrível transformação.

Dentro do convento, junto com freiras e madres, ela se sentia feliz, pois viver uma vida de renúncia, era algo penoso para muitas de suas amigas, mas não para Christine, pelo contrário, este sempre foi o seu sonho. Ali, ela cantava louvores e fazia orações pelos seus familiares, clamando e pedindo a Deus pela salvação de todos eles.

Christine observava cada detalhe naquele convento: os móveis, os utensílios sagrados, os dormitórios, os instrumentos musicais que estavam no conservatório, de onde ela não queria sair, pois toda vez que ouvia as lindas canções que as freiras entoavam, ela sentia sua alma mais leve. Para ela, ali era um pedaço do céu!

Com o passar do tempo, Christine foi tomando conhecimento de muitos testemunhos de milagres que já haviam acontecido ali. E isso fazia com que ela gostasse ainda mais daquele lugar que, ela mesma julgava ser santo.

Ela ouviu histórias de missionárias estrangeiras, que viajavam fazendo missões, ajudando a várias pessoas ao redor do mundo. Tais relatos a deixaram ainda mais feliz, e em sua mente, ela imaginava como seria a sua vida ali, nos próximos anos, dentro daquele convento.

As tardes de Christine eram alegres, ela se reunia com as amigas para fazerem as tarefas diárias, mas, com satisfação, ela desenvolvia qualquer atividade, sempre com um sorriso estampado no rosto.

Tudo era muito organizado naquele convento. Ali não se falava em sexo, perversidades, atos obscenos, ou qualquer outro assunto dessa natureza. Não havia televisão ali, pois não era permitido que as jovens assistissem ás cenas imorais dos filmes e das novelas apresentadas pela mídia como forma de entretenimento.

Sendo assim, elas levavam uma vida de consagração e castidade, com o único objetivo em seus corações: chegar ao céu.

Christine estava mesmo admirada com aquele lugar! Os anos se passavam, e ela continuava ali, servindo a Deus com seu coração puro, inocente, sem mácula. Ela era uma jóia preciosa naquele lugar!

Sempre com sua Bíblia, exatamente como sua mãe a ensinara, ela fazia leituras diárias, para estar constantemente em comunhão com o Espírito Santo que a separou para uma obra específica: guardar-se da corrupção do mundo.

Ainda no ventre de sua querida mãe, Christine fora chamada para servir a Deus, pois a Sra Dorothy, ainda gestante, quando viajava dentro de um trem, um homem olhando para ela disse:

"_Mulher, você carrega uma pérola em seu ventre!"

Sem entender perfeitamente aquela mensagem, a Sra Dorothy guardou para si as palavras daquele cavalheiro, que ao seu lado viajava. Ele era um missionário, e viajava de regresso ao seu país, depois de dois anos de trabalho árduo na seara de Deus.

"_De onde o senhor me conhece?" Perguntou a Sra Dorothy, admirada por ouvir as palavras daquele homem, manso e humilde.

"_Quando sentei ao seu lado, eu ouvi a voz do Espírito Santo me dizer que, em sua barriga havia uma linda menina! Assim, mesmo sem te conhecer, tomei coragem para te falar acerca deste mistério..."

Respondeu aquele missionário, com uma voz calma, e bastante tranqüila.

Alguns meses depois daquele encontro, a Sra Dorothy deu a luz á sua linda filha. E, para agradecer a Deus pela benção recebida, ela a chamou de “Christine”, nome que faz referência á "Cristo", o salvador da humanidade!

Depois de muitos anos, dentro daquele convento, Christine passou a ver muitas coisas estranhas. Mas tudo o que os seus olhos registravam, ela escrevia com detalhes em seu diário.

Certa feita, ela presenciou uma discussão entre duas de suas companheiras de quarto, e tal fato a deixou muito triste, pois, ali, era um lugar sagrado, onde jamais a ira e o ódio deveriam entrar.

Registrou também o caso de um “padre” com uma “freira”, que escondiam seus pecados mais ocultos dentro da igreja.

Tal escândalo teve repercussão internacional, e ambos foram “excomungados”, pois, segundo as leis internas daquele convento, não poderia nascer nenhuma "paixão" entre eles, e qualquer pessoa que não obedecesse a essas ordenanças, seria punida severamente.

Ainda em seu diário, Christine registrou uma cena ainda mais grave: numa noite, ela viu duas freiras entrando num quarto, e ao entrarem lá, apagaram a luz para que ninguém desconfiasse de nada.

Elas estavam "inflamadas pela paixão da carne", e sendo assim, enquanto fechavam a porta daquele quarto já escuro, abriam a porta dos seus corações, para que o "espírito do lesbianismo" entrasse de maneira violenta em suas vidas, deixando-as completamente cegas, por um pecado que, mais tarde, traria terríveis conseqüências.

Era a primeira vez que Christine observava duas mulheres se beijando, em carnal concupiscência. Tal fato a fez lembrar das palavras do apóstolo São Paulo, quando escrevera a sua epístola aos romanos, repreendendo e exortando os irmãos acerca do lesbianismo e da depravação tão explícita em Roma.

"...Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza; semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro..."

Romanos 1:26-27

Christine ouvia tudo pela janela, porém, não conseguia imaginar que eram as suas duas companheiras que estavam lá, dentro daquele quarto, entregando-se livremente àquela pratica imoral que, durante muito tempo, elas mesmas julgavam ser uma blasfêmia e uma terrível abominação para Deus.

Naquela noite Christine chorou amargamente, porém, ela orou com fervor pelas suas amigas, pedindo a Deus que o mal fosse embora de seus pensamentos, e que a pureza voltasse aos seus corações, através do sangue de Jesus.

Ainda muitas situações desagradáveis foram registradas em seu diário, pois os olhos de Christine estavam bem atentos. Ela não denunciava a nenhuma de suas amigas, mas de contínuo fazia por elas, muitas orações, pois sabia perfeitamente que eram “espíritos malignos” que as possuíam, sempre que encontravam “brechas” em suas vidas.

Por esta razão, Christine entendia que nem todas as pessoas possuem a mesma força espiritual e a dedicação para com a obra de Deus. Sendo assim, uns se entregam de corpo e alma, outros até temem a Deus, mas não se libertaram ainda de seus desejos mais íntimos, e seus pecados ocultos, levando assim, uma vida de dupla personalidade. Vivendo uma vida triste, vazia e amargurada.

Anos mais tarde, Christine acompanhou uma escavação, para que as instalações daquele convento fossem ampliadas, para melhor acomodar os fiéis devotos de Jesus. E para a sua surpresa, Foram descobertos no solo daquele mesmo lugar, há muitos metros da superfície: diversos "fetos"! Todos ali, debaixo daquele lugar sagrado.

Tais fetos eram das “freiras” que um dia prometeram a Deus “santidade”, mas, não honrando os seus votos, caíram em prostituição com “padres” que, igualmente juraram: “fidelidade” ao Senhor.

Christine passou a ver muitos escândalos naquele lugar. As cenas de lesbianismo, pedofilia, homossexualismo, estupro e violência, nunca foram apagadas de sua memória...

*Christine morreu aos trinta e três anos, e permaneceu fiel a Deus até o seu último suspiro.

“Sê fiel até a morte e dar-te-ei a coroa da vida”

Apocalipse 2:10

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JUNIOR OMNI
Enviado por JUNIOR OMNI em 08/10/2009
Reeditado em 08/10/2009
Código do texto: T1855749
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