ADEUS QUERIDA!

Na noite daquele sábado eu levaria um fora. Não que eu me incomode com isso, mas poderia ter sido diferente. Estava sentado no banco de concreto, gelado pela noite e úmido pela maresia. Podia ouvir perfeitamente o som das ondas quebrando, e as vozes misturadas de uma multidão de gente que caminhava na avenida principal do balneário.

Uns matavam o tempo a espera do show que aconteceria mais tarde, Outros preferiam jantar, fazer um lanche, simplesmente consumir nos bares que compunham a extensão da via. As casas de jogos, fliperama, videogames, bilhar, estavam cheias de jovens remetendo-me a idéia de escolas...

Foi quando Giuliana surgiu. Estava acompanhada por Angélica, amiga inseparável. Sua feição sisuda não despertou o alerta que a menina quase mulher estava zangada. Tentávamos um início de namora, mais ele do que eu, dizia-se apaixonada, e por simplesmente não saber dizer não, aceitei, mesmo sabendo que não poderia dedicar-me a ela. Ela sabia disso. Eu lhe falara. Mas ela quis tentar...

No entanto para minha surpresa ela terminou. Não me quis mais. Mas não pelo fato de eu lhe ter confessado ainda ser apaixonado pela minha ex-namorada. Não pelo fato de meu coração ainda estar partido, sangrando como um porco ao ir para o abate. Também não levou em conta eu não estar preparado, eu ainda pensar na outra, ou quem sabe pelo fato de ela não merecer alguém que não dispensasse a ela o mesmo amor que me oferecia. Nada disso foi a razão por querer me abandonar.

Erradamente terminou nosso namora tendo a mim como cafajeste, um safado. Ela inclusive usou em certa parte de seu discurso um dessas palavras... Ou as duas, sei lá. – Se querias ficar com minha amiga, bastava ter me dito, e não ter inventado um monte de mentiras! Disse-me alteradamente.

As mulheres são sempre incompreensíveis, mas naquela noite não quis defender a raça dos homens, tampouco explicar-me. Preferi abster-me, e ficar com minha própria verdade. Continuei em silêncio quanto ela me deu as costas partindo, tendo de mim as piores impressões.

“Adeus Querida!” Pensei silenciosamente. Tinha a certeza que em outras circunstâncias poderíamos ser felizes.

Douglas Eralldo
Enviado por Douglas Eralldo em 19/11/2009
Código do texto: T1931865
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