Sempre eu, sempre você.

Sempre eu, nunca você.

No meu jogo egocêntrico não pedi desculpas, mas saiba que um dia você foi amada.

Estava há tempos sem pensar em você, mas hoje me veio à cabeça. De outro modo: menos culpa, menos ressentimento e menos ódio por mim mesmo. O que me veio foi ternura, que há muito tempo não sentia.

Comecei a pensar no amor. Nas coisas boas de amar.

Pensei nas lembranças, mas não fiquei triste.

Minha longa caminhada para superar a mim mesmo. Superar a idéia que eu não sou único, que não sou centro nem que o mundo está me vendo.

Meu processo de amadurecimento:

- Matar a si mesmo e se doar ao outro. - Digo

- Não mais aparecer, mas mostrar. - Digo

“A dúvida entre interesse e não interesse.” - Penso

Parei para pensar no que era bom. Parei para pensar em ser amado.

Cruel perdição, querer uma coisa, mas pensar de forma diferente. Estar sempre se questionando se amei ou iludi.

Será que me sacrifiquei ou fui sacrificado?

Será que a sacrifiquei ou ela se sacrificou?

Fui honesto o bastante para ter falhado?

A mentira é uma ficção aceitável ou uma falsidade sem caráter?

Tudo se resume a um rigor científico ou tudo é intuição, destino, romance?

A vida é um pulo para morte ou um passeio?

Por que se drogar?

Por que eu não paro?

Por que quando digo “não” faço o “sim”?

Por que acordo bem num dia e no outro não?

Faço por amor ou para alcançá-lo?

Tudo por amor!

Tudo para ser amado!

Amar!

Ser amado!

Eu ou você?

Centro ou periferia?

Vai se esgotando.

Vai se exaurindo.

Vai se consumindo.

Eu continuo seguindo a seu lado. Mas para você é virar para trás e me ver.

A ilusão é mais forte que a realidade.

Eu não sei o que é amar. Eu menti quando disse que te amo. Não no sentimento, mas na atitude. No saber o que é amar.

Faltou-me responsabilidade, respeito, compreensão, bondade, carinho.

Faltou-me menos eu. Mas não digo que faltou mais você.

O tempo faz passar a dor, mas não apaga os fatos, não apaga o sentimento.

Voltar nunca mais! Retomar jamais!

Talvez assim seja melhor. Um amor idealizado pela segunda chance.

Aquele que penso: “Mas se fosse hoje seria diferente.”

Enfim: “Agora eu entendo.”.

Uma segunda chance não faz sentido, pois, não seria diferente. As coisas só são perfeitas na ilusão.

A realidade é improviso. Ganha o mentiroso. Ganha o desonesto.

Não tenho mais o que escrever.

Termina aqui porque eu escolhi.

Porque eu não amadureci.

Plínio Platus
Enviado por Plínio Platus em 17/01/2010
Código do texto: T2034247