O INSTINTO MATERNO DE UMA ANDORINHA

O INSTINTO MATERNO DE UMA ANDORINHA

Estava eu aqui pensando...

E lembrei-me de um episódio interessante,

No qual eu pude contemplar,

E porque não compartilhar.

Estava eu no meu quarto,

Quando da minha janela,

Um filhote de andorinha pôde avistar,

E fiquei a lhe admirar.

Ele não tinha forças para voar,

E ficava de um lado para o outro,

No chão a cantar.

Eu me pus a imaginar...

Como aquele pequeno, fora ali parar.

Seu canto era meio desesperador,

Aquele canto triste, eu parecia entender,

Pois de sua mãe ele fora se perder.

Chamava por ela sem cessar,

Fui até ele, na esperança de ajudar,

Mas estava assustado e com medo,

De que eu fosse lhe machucar.

Por um cano de escoamento entrou,

De lá não consegui lhe tirar,

Acabei por desistir... Entrei,

Distrair-me e do pequeno esqueci.

Quando um canto alto,

Chamou a minha atenção,

Era a mamãe andorinha,

Cantando no meu portão.

A procura de seu filhote,

Cantava sem parar,

Sabia que ele estava por ali,

Mas não conseguia encontrar.

Cantava, cantava...

Ela estava ao filhote chamar,

Pensei: se ela me entendesse,

Poderia eu lhe avisar.

Entendi que desespero de mãe,

E instinto materno,

Independente do ser,

Estar em qualquer lugar.

Ela permaneceu ali por hora,

Com seu canto desolador demais,

E eu me senti impotente,

Por não poder ajudar.

Der repente...

Veio uma chuva forte,

Sabe chuva de verão,

Cai sem esperar.

Fiquei pensando no filhote,

Não demoraria a água, escorrer por lá,

Infelizmente eu não tinha como,

Do cano tenta-lo liberar.

Bem, como eu já esperava,

O filhote afogado morreu,

Junto com a água escoa-se pelo o cano,

Seu pequeno corpo logo apareceu.

Finalmente mamãe andorinha,

Encontrou o seu filhote,

Infelizmente estático, imóvel,

Ela triste soltou seu ultimo canto.

Entendi que ela percebeu,

Que chegara um pouco tarde,

Sem nada mais a fazer,

Bateu asas... E foi embora.

Sei que não foi feliz,

O fim da andorinha,

Não visei à tragédia,

Mas a sutileza e o amor dessa história.

Cristina Siqueira
Enviado por Cristina Siqueira em 04/02/2010
Código do texto: T2069915