REVANCHE

Todos os dias a tarde, Cláudio e seus três amigos, o Sergio, o Alemão e Renatinho se encontravam numa das praças da cidade unicamente para combinarem os desatinos que iriam praticar durante a noite.

Numa grande cidade do interior, Cláudio, um rapaz de vinte e poucos anos, filho de um figurão da cidade, muito rico, não gostava de estudar, não trabalhava e passava o dia todo na rua juntamente com mais três amigos e só voltavam para casa com o dia já amanhecendo.

Os quatro rapazes passavam a noite na algazarra, praticando vandalismos, se drogando,bebendo e quando aparecia uma oportunidade seduziam as meninas e as estrupavam sem temerem represália alguma.

Todos os habitantes da cidade tinham medo do Sr.Onofre, pai de Cláudio, por ser um homem muito mal e sem escrúpulos inclusive andava sempre acompanhado por três ou quatro capangas fortemente armados e dispostos a tudo para proteger seu patrão.

Sr. Onofre encobria todas as atitudes de Cláudio alegando que ele iria ser o futuro dono da cidade, portanto poderia fazer o que quisesse e como quisesse e se alguém o incomodasse era só avisar ao pai que ele tomava de pronto uma solução.

Por esse motivo então Cláudio achava-se realmente o dono de tudo, inclusive das pessoas. Ele e seus três amigos entravam no mercadinho pegava o que queria, principalmente bebidas e cigarros e iam embora, sem pagar ou dar satisfação, abastecia o carro da mesma forma, brigavam com quem atravessassem seu caminho enfim ,todos eram refém do rapaz .

Quase todas as meninas da cidade já tinham se entregado a força para Cláudio e seus amigos. Eles escolhiam a vítima, a cercavam e simplesmente a colocavam no carro e levavam-na para um matagal qualquer e lá praticavam toda a sorte de atos com a coitada. A vitima tinha que servir a todos os quatro e quando aparecia o pai de algumas dela para pedir satisfação, simplesmente Sr. Onofre mandava dar uma surra no reclamão , solta-lo no meio do mato e pronto. Se alguma dessas piranhas, como dizia Sr.Onofre, aparecesse grávida ele obrigava o médico da cidade a retirar o feto e assim era a vida de Cláudio e seus asseclas.

Todos na cidade não viam a hora de alguém parar com essas atrocidades cometidas pelos jovens.

-Esses marginais deveriam morrer! Dizia uma.

-Acho que deveriam ir presos! pensava outra

Mas nada acontecia. Eles continuavam a cometer seus desatinos.

Porém ,certo dia,chegou à cidade uma moça. Era Célia,filha de um pequeno comerciante e que tinha saído da cidade logo depois que Cláudio e seus amigos a possuíram.

A moça, muito recatada, religiosa, deixara a cidade há poucos anos, movido pela vergonha, e fora morar com uma tia, na capital. Mas devido ao falecimento desta, não teve outro jeito senão voltar à pequena cidade natal.

Célia tornara-se uma mulher muito bonita e atraente, daquelas que deixariam qualquer homem doido.

Cláudio então, não perdeu tempo, tratou logo de assediar a moça. Pensava ele : se antes já tivera sido bom quando ela era só uma garotinha, imagine agora sendo esse mulherão.

Mas a moça, fugia a todo custo de Cláudio e seus amigos, não dava a mínima abertura a eles. Era a única pessoa na cidade que enfrentava esses delinqüentes.

Essas tentativas frustradas deixavam Cláudio possesso de raiva, pois não aceitava o fato de que alguém na sua cidade não se curvar aos seus instintos animalescos.

Um dia, porém a moça saíra à noite para dar uma volta pela praça quando foi avistada pelos quatro cavalheiros do apocalipse.

Cláudio e sua gangue não pensaram duas vezes e armaram uma armadilha para a pobre moça. A cercaram, agarraram-na, jogaram-na no banco traseiro do carro e partiram.

Chegando a um matagal, lugar ermo, só iluminado pela luz da lua, os rapazes tiraram a jovem do carro e a arrastaram ainda mais para dentro do matagal.

A moça, porém, encontrava-se absolutamente calma e serena, não esboçando qualquer resistência à saga dos rapazes.

Os jovens a principio estranharam a passividade da moça, mas, seus instintos animalescos falaram mais alto e não perderam tempo.

Célia, porém, numa atitude inesperada, ao invés de tentar se defender do ataque dos delinqüentes, se entregou totalmente, transando com todos numa volúpia monumental e como nunca ninguém havia feito antes.

Exauridos e totalmente saciados, Cláudio após breve descanso, não se conteve e totalmente incrédulo com o que acontecera perguntou a jovem moça:

- Menina, me diga uma coisa. Todos nessa cidade morrem de medo de mim, do meu pai e dos meus três amigos, as meninas se entregam a nós por medo, depois de lutarem bastante, inclusive nos obrigando a bater nelas antes e você não, você se entregou totalmente, por que?

Célia ainda suada começa a relatar:

- Cláudio, quando eu era ainda uma garotinha, vocês me trouxeram para cá e usaram e abusaram de mim e eu me sentindo imunda e com vergonha de minha família, dos vizinhos fui morar com minha tia na capital.

- Mas, continuou ela, a vida lá não era fácil, pois minha tia era muito pobre e para ajudar em casa e não conseguir emprego fui para a rua.

- Graças a vocês, me tornei uma prostituta. E foi assim que ganhei a vida ate hoje. Transando com homens de todas as espécies.

-Mas eu só tinha uma coisa em mente, e isso me deu forças para continuar a viver. Era de um dia eu voltar a essa cidade e me vingar de vocês.

- E hoje eu consegui. Agora posso morrer em paz.

Antes de Cláudio procurar entender o que a moça queria dizer, ela continuou:

- Sabe Cláudio, gostaria que vocês soubessem de uma coisa.

- Eu sofri muito sabe, aqueles homens nojentos, mal cheirosos, às vezes muito brutos e a cada cliente que eu pegava, mais e mais eu pensava em você de como poderia me vingar, até que descobri a maneira certa.

Nesse momento, Célia, inesperadamente abre um sorriso irônico que chegou a incomodar os rapazes e prosseguiu:

- Num desses programas que fiz como prostituta conheci um homem e sai com ele algumas vezes até o dia que ele sumiu.

- Alguns meses depois, tive um probleminha de saúde e, procurando um médico, tive uma drástica revelação.

- Ficou grávida? Sorri debochadamente Cláudio.

Célia abre um sorriso de satisfação e fala pausadamente:

- Não. Peguei Aids...

Carlos Alberto Omena
Enviado por Carlos Alberto Omena em 08/03/2010
Código do texto: T2126821
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