CONSTERNAÇÃO

Ela chega trazendo um gosto amargo de fel,

Gritando fervorosamente com seus traços rabiscados de uma tortura deleitosa,

Oh! Incógnita humana, vasta, nebulosa,

Assim aproxima-se de sua carne negra, devorando-te, sugando, degustando tua sensibilidade.

Sobrevivendo a mais uma calamidade, preenchendo o espaço inexistente que começa a apodrecer dentro desse frenético corpo pálido e amargo.

Avança em passos lentos e repletos de uma nostalgia deleitosa.

Sensibilizando àqueles que se encontravam entre um quarto translúcido e uma cama ainda quente de noites ardentes onde corpos degustavam de total e repleta euforia.

Suados da noite prazerosamente insanável, em que a carne mistura-se à dor amarga de lembranças insaciáveis, tenebrosas.....

Sim eles eram faíscas estonteantes e orgulhosas,

Carne penetrando carne, um odor lúbrico,

Força e desejos efêmeros de insanidades outrora disfarçadas por suas serenas e incontáveis máscaras que faziam de seu rosto o mais belo entre os mortais.

Ela assim o guiava, mais um opaco e desprovido da capacidade extraordinária dos deuses de Olímpo em reconhecer a face do inimigo, em tocá-la e rasgá-la apenas num olhar!

Oh! Incapaz és tu, homem mortal, de seguir a hilariante estrada da eterna solidão, evasão das almas efêmeras.

Cuspirei em tua face e deleitosamente tú serás o rio dos porcos em estado de eterna putrefação.

Porque deixaste ser contaminado pelo delírio daquela criatura pueril?

Jamais serás digno do deleite que há na solidão!

Mas sim, háháháháhá,

Serás amaldiçoado e sentirás pavor do abismo que há na solidão, habitat natural de todos os infernais e hipócritas mortais que se entregaram a ela, como tú se entregou.

Não! Não ouvirei teus gritos de horror, quando pensares ser o outro lado o paraíso, tú encontrarás o verdadeiro abismo.

E degustarás, sentirás delírios,

Os desejos de Narciso te guiarão ao penetrar na massa que preencherá os cinco sentidos humano.

Quando ao longe ela vier vestida de rubro, trazendo uma beleza estonteante do esplendor mais límpido.

As gargalhadas se confundirão ao grito tenebroso e ensurdecedor do animal mais temível que habita entre nós.............

Isabel Lima
Enviado por Isabel Lima em 16/08/2006
Reeditado em 16/08/2006
Código do texto: T217974