Involuntário sentir!

Encolhida sobre seus próprios pensamentos, a vida parece flertar com a duvida, não há justificativa, apenas atitude. Paralisada sobre si mesmo, o destino não intimida, porque ele não é real. Recolhem-se os sonhos, esquece a a realidade... e caminha para um novo tempo que não é seu.

O medo parece se esconder entre novos desejos que habita em uma nova casa, o casebre de sonhos e felicidade foi sucumbido pelo sofrimento.Derrubam-se muros, regras... o que resta agora?

Duas vidas, dois apenas, dois sentir...não sei. O coração duela com a alma, os dois se enfrentam entre o certo e o errado, sente-se frágil, absoluto. Seu sorriso já não é tão largo, mas sorri como quem procura uma nova realidade.

Jura amor a si mesmo, ajoelhada diante do espelho, diante de si. Sente-se submissa àquela imagem refletida. Cria laços.

E ancorada na coragem de ser, brinca com seu coração, faz medo a ele, promete arranca-lo... e sorri.

Impiedosa talvez, a dualidade do sentir a torna assim...e o medo do que os outros podem fazer, a faz testar antes consigo mesmo,como prova de resistência. Torna-se fortaleza. Promete não mais sofrer.

Deitada sobre seu próprio corpo, quieta feito feto, ela se sente totalmente desnuda como se ela mesma fosse mãe e filha, e encolhida sobre seus pensamentos ela se reconhece viva...volta a ter sonhos,cuida de seu coração e alenta sua alma...ela é fiel a si e procura o amor dentro de suas duvidas. Ela renasce.

Ana Clea Bezerra de Abreu
Enviado por Ana Clea Bezerra de Abreu em 30/04/2010
Reeditado em 23/03/2020
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