O Velho Gato

Existia na região um gato da cor preta e olhos amarelos chamado Messias que muitos diziam que veio de fora acompanhado de outros gatos debandados da destruição que devastou a Cidadela dos Gatos.

Messias agora um gato velho vive nas ruas a ensinar os jovens gatos a sobreviver dos perigos que é viver nas ruas. Sobreviver contra os cães e dos humanos.

- Houve uma era de grandes felicidades para nossa raça, a era de ouro. – Disse ele para os jovens gatos que adoravam escutar o velho gato preto.

- Sabem como eu vim ao mundo? Já contei um milhão de vezes e sei que nos olhinhos vocês querem ouvir novamente.

Minha mãe era uma linda gata de lindíssimo e perfumado pêlo branco, de brilhantes olhos azuis e era minha rainha (isso na minha concepção) o nome dela era Christine e vivia na moradia dos humanos.

Minha mãe como era uma bonita felina teve o amor de dois gatos, um que pertencia ao mesmo grupo que ela, vivia do conforto e carinho dos humanos, o pêlo era de um leve caramelo, os olhos de um marrom luxuoso e o nome era Marco Aurélio. O outro não tinha a mesma sorte que seu oponente. Era um gato que nasceu e viveu nas ruas, era vira-lata e seu pêlo era preto e seus olhos vivos e amarelos. Porem, esse gato não tinha nome e todos o referiram-no ao que era sua verdadeira natureza, chamava-o de Gato. E ambos interessados na minha bela mãe.

Minha mãe escolheu seu macho para ser seu companheiro, a sua paixão se deu ao gato que morava nas ruas e ele ensinou as artes da sobrevivência, contou que os humanos a expulsariam que eram pessoas mais cruéis, ensinou a se proteger dos cães e compartilham da mesma paixão que nutriam pelo outro.

Porem, o outro gato que foi rejeitado não aceitou ser trocado por um vira-lata. Falou de injustiça. Ele era um animal de raça, legitimo, de linhagem pura, era inaceitável perder para alguém que nem sequer tinha um nome.

E esse gato de nome Marco Aurélio propôs uma emboscada. Acompanhados de seus outros companheiros que também eram da mesma linhagem e viviam com os humanos cercaram o gato preto para darem uma surra nele. O gato preto conseguiu derrotá-lo e infelizmente não resistiu aos ferimentos.

O gato que se chamava Marco Aurélio também não resistiu e minha mãe ficou sem seu companheiro. Mas esse amor plantou uma semente e essa semente gerou a mim, eu nasci. Sim, eu possuo a mesma cor que meu progenitor possuía e eu tenho orgulho disso.

Eu nasci e minha mãe me criou escondendo dos humanos que cuidavam dela. Cresci aprendendo de sobrevivência, dos cuidados que minha mãe dizia e vivia no calor de um lar.

Mas um dia, tudo acabou. Os humanos que cuidavam de minha mãe descobriram seu segredo e expulsaram-na. E minha mãe sofreu, mesmo sabendo sobreviver.

Eu cresci, fiquei adulto e conheci outros felinos que falavam da onipotente cidadela dos gatos. Minha mãe havia ouvido balbuciar o nome da Cidadela dos Gatos, mas aceitava como uma lenda felina. A cidade existiu, porque os gatos iam para lá. Porque na cidadela humano nenhum entrava, cão nenhum chegava, havia política, lares, sociedades, leis, governo sem a bagunça que existe nos humanos. E era num lugar secreto que somente os gatos saberiam identificar. Quando minha mãe soube que a cidadela não era uma lenda quis partir, infelizmente a sua idade era avançada, ela adoeceu e deixou a vida na Terra.

Minha mãe morreu, eu fiquei só. Prometi para ela que encontraria a cidadela e eu a encontrei. Com dificuldade e sofrimento eu a encontrei. Por isso que eu repito que nós gatos (aqueles que encontraram a cidadela) tivemos nossa era de ouro. Eu revelei que o que aconteceu com a cidadela, que ela ruiu que não existe mais. Que poderia contar da minha vida lá, do meu amor e como sofri para encontrar e falar de sua queda. Eu contaria, mas o dia vai aparecendo e esse velho gato necessita de sono de descanso, por isso aconselho a fazerem o mesmo, afinal temos a próxima noite pra contar.

E o gato Messias caminha para o seu lugar sem medo, o velho gato preto e alegre sempre possui historias nas quais conta em pedaços e os jovens gatos amam suas historias, pois sabem que não haverá outra era de ouro para os gatos.

(Rod.Arcadia)

Rodrigo Arcadia
Enviado por Rodrigo Arcadia em 07/06/2010
Código do texto: T2305985
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