O casamento de Silvana.

Finalmente chegara o grande dia.

Silvana acordara cedo para enfrentar os preparativos de seu casamento.

Toma café às pressas, crianças correm à sua volta, de onde surgiram?

Sua mãe entra e sai ainda de pijamas e pantufas, parece indiferente à sua ansiedade natural.

Pensa em Mauricio, jovem, belo e bem sucedido, seu amor.

Toca o telefone, ninguém atende, não é ela que vai deixar de preparar-se para atender.

-Mãe, estou indo para a cabeleireira avisa da porta antes de sair correndo.

No carro, liga o som com a música que embalou seus dias de namoro e noivado.

Está feliz.

Breve terá seu sonho realizado.

Toca o celular, puxa vida, será que não pode ter sossego nem no dia do casamento?

Não atende, afinal, além de estar com pressa, está dirigindo.

Muitas crianças pelas ruas, sorriem para ela. Idosos também.

O mundo vibra por nós, pensa ela emocionada.

Resolve acelerar, mal agüenta a ansiedade.

Assim, entre preparativos e embelezamentos em um rosto já naturalmente belo, passa o dia.

É chegada a hora.

E o pai que ainda está às voltas com a escolha da gravata, se ela deixara tudo em cima da cama prontinho no dia anterior?

Toca o telefone de novo. Silvana começa a ficar irritada, ninguém atende ao telefone.

E estas crianças que não param de correr e sorrir pela casa?

Afinal estão todos prontos e devidamente vestidos. Encaminham-se para a igreja onde o noivo aguarda.

Toca a marcha nupcial e os olhares voltam-se imediatamente para a porta principal.

É a noiva, sussurram alguns com curiosidade.

Todos os olhares estão voltados para a porta quando a marcha nupcial cessa repentinamente.

Um ar gelado parece penetrar todos os convidados, ao mesmo tempo em que o horror estampa-se em suas faces.

Silvana que entrara linda e sorridente não entende nada, o que estaria acontecendo?

Quando baixa o olhar para sua roupa, o sorriso some do seu rosto. Muito pálida, percebe horrorizada que seu vestido ficara todo preto, como preto era o véu, as flores e as luvas!

O despertador do telefone toca mais uma vez e Silvana acorda, coração acelerado, o suor abundante escorrendo pelo rosto.

Precisa levantar logo, hoje é o dia do seu casamento.

Jeanne Geyer
Enviado por Jeanne Geyer em 19/06/2010
Reeditado em 22/01/2021
Código do texto: T2329848
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