Tinha traços firmes e de uma beleza mística e a maneira de seu andar era resolvido como se tivesse a certeza de ser ... e também pelos passos da vida.
Suas mãos tinham um rumor de gestos perdidos, frustação das horas de quem sonhara.
Na vóz a ternura de uma beleza que achava inútil e no fundo dos olhos a luz que haveria de mostrar os instantes traidos, mas de uma pureza antiga.
Caminhando ele vai como se viajasse no espaço e naquele
olhar sobreposto a sensação quente de que tudo gira ao redor de si, ao redor de sua carne estranha.
De sua alma livre brota uma ânsia de chorar ao mundo tantas verdades mortas.
De repente ele recompõe a face e com sonhares frescos como uma manhã de outrora lembra que a vida passara e ele entre brumas caminhava sem rumo.
Tinha sido tanto e hoje não se achava mais nada, perdera o que havia conquistado e tentava não deixar aquela lágrima teimosa cair em sua face já tão cansada.
Lembrou-se então, que um dia foi "ele" porque não o seria novamente?
Olhou ao seu redor e viu que tudo continuava no mesmo, portanto ele também o faria.
E lá se foi aquele desconhecido com o coração não mais partido em busca de seu outro eu, que um dia na sua altivez quem sabe deixara escapar.
E com um sorriso naqueles belos lábios e ainda no seu caminhar altivo partiu em busca de seu futuro.