O PORQUINHO DA PROSPERIDADE

O porquinho da prosperidade

Hoje é véspera de natal. Época de festas; comemorações; planos para o ano novo que vai chegar; momento para reflexões; tempo de dar e pedir perdão e claro comer: rabanada; peru com farofa; doces e infelizmente leitão assado. Vou explicar: sou um porquinho branco, gordinho, de bochechas rosadas e rechonchudas e não quero virar um leitão assado no próximo natal. Contando com a sorte e a vida longa que meus ancestrais tiveram, isso não vai acontecer. Por falar em ancestrais, gostaria de contar a vocês como há muitos anos atrás meu hexatataravô virou símbolo da prosperidade quando serviu de modelo para um cofrinho do imperador chinês.

Tudo aconteceu num pequeno vilarejo da china antiga onde vivia um artesão chamado Pygg que fazia as mais belas e finas porcelanas. A louça do imperador era por suas hábeis mãos confeccionada. Meu hexatataravô, contava naquele tempo com dois meses de vida e assim como eu era um lindo porquinho da China. Ele vivia num pequeno chiqueiro no quintal da casa de Pygg. Era dezembro e apesar de na China daquela época não se comemorar o natal, o imperador tinha o coração cristão e gostava de ouvir as histórias que corriam o mundo a respeito de um homem de luz que viveu no tempo do império romano e que amava a todos que dele se aproximava sem recriminar ou julgar. O imperador também amava seus súditos e tratava a todos com respeito. Nas casas de seu reino existia alimento e principalmente amor. Na proximidade do ano novo, o imperador queria dar a seu povo, um presente que simbolizasse a prosperidade. Que mostrasse a todos que as pessoas de seu reino eram virtuosas, felizes e afortunadas. Para isso, consultou seus conselheiros, mas nenhum lhe deu uma idéia que representasse esse sentimento. Já estava para desistir quando se lembrou de Pygg. Mandou seu chefe da guarda buscá-lo e lhe expôs a sua vontade, Pygg ouviu atentamente e como sábio que era, silenciou e voltou para sua casa e como fazia todos os dias foi sentasse no quintal para sua meditação. Ao olhar para o chiqueiro viu um porquinho gordinho, rosado e naturalmente feliz por ser o que era. Pygg começou a analisar que aquele porquinho na simplicidade de sua existência era próspero e afortunado, pois ao observá-lo comendo sua ração, tinha a certeza de que era grato ao Criador por aquele momento e ser próspero não é apenas ser rico de bens materiais, mas também, rico de amor ao próximo; amizades; sorrisos que nascem de momentos especiais; de gratidão a Deus pelos milagres que Ele opera todos os dias em nossas vidas, muito embora nem sempre conseguimos enxergar. Ser próspero é ser rico em solidariedade, momento em que devemos nos colocar no lugar do outro. E foi assim, que Pygg diante da beleza que é ser próspero, confeccionou um lindo porquinho de porcelana e levou para o imperador. Daí por diante, o porquinho ficou conhecido no mundo inteiro, na forma de um cofrinho, onde podemos guardar todas as nossas riquezas materiais e acima de tudo simbolicamente as espirituais.

Por isso, quero desejar a todos um natal e um ano novo rico em prosperidades.

IAKISSODARA CAPIBARIBE.