A DESPEDIDA

Caio tinha tomado uma decisão na sua vida, partir!

Deixar Isabel e embarcar numa aventura que sempre quisera ter, ir para os Estados Unidos e lá estabelecer-se.

Optara pela ida de navio, pois assim teria no curso da viagem, muito mais tempo para esquecer Isabel, com quem estava vivendo nos últimos três anos, um relacionamento de muitos planos e algumas incomodas incertezas. Todas da sua parte a bem da verdade.

No dia da viagem, a discussão com Isabel começou com os primeiros raios de sol e se prolongou até o momento da despedida ao final da tarde.

Isabel tentou dissuadi- lo, com palavras bonitas, carinhos excitantes, mesa farta, lágrimas, desespero e até certa dose de violência contra o peito daquele que era o seu único e grande amor.

Mas Caio, não alterou seus planos, estava decidido a correr atrás do seu sonho. Desvencilhou-se de Isabel e seu pranto sentido, e se foi.

Em seu apartamento no Gonzaga, ela procurava resistir à dor da perda, estava muito difícil e seu coração parecia querer explodir.

De repente, ela levanta-se e sai, seguindo ordens do seu coração, vai para a Ponta da Praia, de onde da murada, daria a Caio, pela ultima vez, algo de si... O seu definitivo adeus, assim que o navio no qual ele estava embarcado, por ali passasse.

Caio e Isabel, até aquele momento, era uma poesia interminada(*).

A DESPEDIDA

O barco solta suas amarras lá no porto.

A tristeza finca seus pés na Ponta da Praia,

Por ela passa, um navio após outro.

Na proa sob o clarão da lua,

Ele a vê, na murada, inteiramente nua!

Um alerta paralisa a nau, HOMEM AO MAR!

Moral da história: Quem busca um sonho que não contempla a existência do amor nele, quando encontra o sucesso pessoal, fracassa na felicidade existencial (CCF 18.02.2011).

Caio, preferiu não correr esse risco!

FIM

Texto: Celso Corrêa de Freitas

Arte fotográfica: Gilberto Grecco

FOTO EXTRA:

(*)Nota do Autor: O uso da palavra INTERMINADA, é intencional.

Na literatura a expressão, "terminar um texto" é muito comum. A palavra INTERMINADAdá a ideia de algo que não TEVE TERMO, NÃO ACABOU.