Lacrimes, sanguine, lacrimes...

Nas profundezas gélidas de meu espírito, sinto que há um imenso corte... Corte que me machuca, que me mata e deprecia...

Caminho silenciosamente pelos confins do nada, apreciando somente e puramente minha tristeza enlouquecedora...

A luz da lua já cega meus olhos entorpecidos pelas lagrimas...

Aquela escuridão penetrava em meu coração, então eu chorei e choro lagrima de sangue até cegar meus olhos cansados de esperar por ti.

O sangue que escorre por meu rosto afora mais se parece com o puro fel, o qual eu achava mais doce do que o mel...

Minha vida consta agora de apenas andar e vagar pelas profundezas do extenso e infinito nada, esperando a morte, mesmo que ela já tenha vindo a mim inúmeras e incontáveis vezes...

Ouço o canto lúgubre e funesto do coro das almas perdidas, mais perdidas do que eu mesma, perdida nas trevas infernal de meus pensamentos...

Cores? Cores não existem para mim... Cores são apenas alterações do negro... Os vermelhos das rosas e o lindo tilintar prateado da Lua, não existem mais para mim... São apenas meras lembranças de uma vida que já existiu em meu ser.

Vejo agora, o altar negro de meu ultimo pranto sanguinolento, aquele cemitério, de tão belas esculturas angelicais, não mais me afeta...

As almas agora se juntam em torno de mim, orando, chorando, cantando e me enlouquecendo com suas vozes agudas, distantes e fantasmagóricas... Seu canto lúgubre me entristece ainda mais e as lagrimas escoam pela minha face, lavando aquele altar com meu sangue amargo...

Nada... Nada mais me importa...

Nada... Nada mais me afeta...

Nada... Nada mais me impede...

Minha alma clama pela tua! Clama e chora, junto aos meus prantos sanguíneos...

Porque o amor veio logo invadir ao meu coração? Outrora frio como gelo, impenetrável...

Mas agora, ele chora... Chora e clama por ti, por tua presença...

Amaldiçoada seja a distancia!

Aquelas almas me chamam e choram... Choram porque motivo? Choram por mim? Ou por minha dor?

Eu não quero... Não quero ir, mas elas clamam por minha alma junto delas...

Luto, luto para não ir!

Meu sofrimento é necessário! Eu o mereço por não querer amar, mas amo por querer sofrer...

Amaldiçôo-me por não querer ir e acabar com isto tudo!

Abençôo-me por querer amar-te eternamente e sofrer por ti continuamente...

Tu não queres... Tu não queres que eu sofra... Mas é necessário que eu sofra para pagar por meu erro de amar alguém tão distante...

Já não considero mais que seja errado amar-te, pois és especial e tem em tua alma a perfeição que nunca tive...

Desando a chorar desesperadamente... Tua lembrança, tão distante me faz sentir o amargo gosto de meu próprio sangue que escorre em minha alma, coração e mente.

Provo o gosto de minhas lagrimas, porque quero morrer em ti... Quero morrer por ti, e não mais existir para nunca mais amar alguém novamente...

O amor... O amor dói, machuca, envenena e assassina!

Vem disfarçado de uma chuva doce que cerca os amantes com glórias e prazeres incontáveis...

O amor é uma chuva doce, mas, acompanhado da distancia, torna-se fatal, um assassino... E enegrece nossas almas e nossos corações.

Agora minhas lagrimas de sangue escoam e me levam embora...

Ao longe, tua doce voz me diz para não ir. Mas eu quero, e não há como me impedir desta vez, pois, vou morrer em ti, vou morrer por ti.

Acalenta-me com teus prantos e seu canto fúnebre junto ao coro de almas que me acompanham em meus próprios prantos sanguinolentos...

Tentas retirar-me das garras da morte... Mas sua tentativa é em vão...

Agora eu vou-me! Parto para sempre para viver apenas caminhando e vagando pelo nada de outro mundo, o mundo dos mortos e almas perdidas na escuridão infernal dos outros nadas a minha volta.

Parto... Parto agora, deixando gravada em tua mente somente estas palavras:

—Sofri por ti, morri em ti e chorei por ti. Mas agora, é hora de demonstrar-te o meu sofrimento de forma que tu entendas... Agora és tu que vais provar... Das minhas lagrimas de sangue!

Dessynha Dark Girl
Enviado por Dessynha Dark Girl em 16/12/2006
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