Filho do Drácula

Filho do Drácula

Conde Drácula, o mais terrível e inesquecível dos vampiros, reconhecido e lembrado por todos através dos tempos. Acredita-se também que o conde Drácula nunca teria morrido, mas, o que ninguém sabe, é que Drácula, amara uma mulher e desse amor tivera um filho.

Em uma noite extremamente escura, andava tranqüilamente por entre as árvores da floresta tomada pela sombra da noite, uma jovem radiante, olhos expressivos, cabelos longo embebidos em uma linda trança, em suas mãos um crucifixo. Mas não sabia ela, que estaria sendo observada e marcada para ser a próxima e fatal vítima; seus passos eram leves, mas seu perfume muito perceptível. Pára subitamente, olha-o fixamente.

Aquela linda jovem de nome Agatha, não conseguiu dormir á noite, pensava no que acontecera; como poderia ela ficar tão perto do mais temido dos vampiros e no entanto, nada lhe ter acontecido? Como poderia Drácula apenas a ter olhado nos olhos, sorrido e ficado ali parado petrificado enquanto fugia assustada?.

Conde Drácula por sua vez, culpava se por ter sido patético, nunca havia recusado sangue fresco e jovem, já não se reconhecia; havia observado aquela jovem por tanto tempo até finalmente encontrar uma oportunidade, mas aqueles olhos vivos num rosto angelical, tinha posto uma barreira. Mas isso não ficaria assim, da próxima vez não teria piedade.

O outro encontro foi mais estranho ainda, Drácula postava preparado com suas presas afiadas e uma rosa vermelha; Agatha sorria-lhe, feliz em vê-lo. Parecia mais um encontro romântico que ataque à vítima. Drácula a desejava ao seu lado para sempre, e isso foi inevitável com o tempo. Agatha, era filha do melhor caçador de vampiros existente, mas isso não impediu a aproximação entre os dois.

Quando descobriram o envolvimento de Agatha com Drácula e sua possível gravidez, foi expulsa e renegada por sua família, e após este acontecimento, Agatha tornou-se tão caçada quanto Drácula.

Os caçadores os perseguiam dia e noite, eram caçadores experientes, sabiam de todos os truques, tornando as fugas impossíveis. Quando o esconderijo do casal fora invadido pelos caçadores, iniciaram um confronto incontrolável. Drácula tentara de todas as formas proteger sua amada Agatha, mas, Agatha fora capturada e sua vida tirada pela ponta da estaca usada por seu pai. Drácula consegue sair da caverna, porém seguido por alguns dos caçadores. Relataram logo depois que Drácula também fora capturado e morto, embora seu corpo nunca houvesse sido encontrado. Como não encontraram vestígios do bebê dentro do covil do casal, julgaram então que a criatura não teria sobrevivido a tão impuro útero, o que para eles fora um alívio, e desistiram de procurá-la dando o caso por encerrado.

A verdade é que o bebê sobreviveu; Quando finalmente o casal “Drácula” foi encontrado pelos impiedosos caçadores, o bebê já teria nascido, e, sabendo eles do risco que a criaturinha corria, foram obrigados a abandoná-la para protegê-lo da destruição e perseguição. O bebê foi deixado perto de um vale dentro de um cesto, na esperança que sobrevivesse e um dia tornasse tão temido quanto seu pai e vingasse lhes a morte. O bebê foi então encontrado por um casal de idosos que por falta de sorte não tiveram filhos, adotando o como filho e dando lhe o nome de Jack Maison Junior.

Jack crescia e parecia um menino normal. Apenas onde morava era “estranho”; mortes misteriosas aconteciam por quase todas as noites, corpos eram encontrados mutilados dentro das matas. Já não existia tranqüilidade naquela pequena vila, apenas medo e mistério. Jack já deveria ter 12 anos quando estes acontecimentos começaram a acontecer; os moradores fugiam assustados para o mais longe que conseguissem. O casal Maison pais de Jack também fugiram visando a segurança do filho, Jack não parecia muito preocupado com os acontecimentos, mas, concordou em fugir com seus pais. Mas os crimes aconteciam por onde passavam. E continuaram fugindo por anos, por cinco longos anos, até que Jack completasse 17 anos.

Quando a paz finalmente parecia ter chegado, novos casos misteriosos de mortes acontecem. Não demorou muito até perceberem que tinha algo de muito errado com aquela família, mas precisamente com o filho do casal. O casal Maison defendeu-o de todos e de tudo, afirmando que estavam todos errados que não existia filho tão carinhoso e melhor que o deles; o pequeno Jack Maison Junior não era um assassino.

Na manhã seguinte o casal Maison estavam mortos.

Jack havia os surpreendido durante a noite, e por mais que seu pai lhe amaldiçoasse para tentar trazer lhe á razão, era inútil. Com um só golpe já não existiam xingamentos; a senhora Maison ainda tentou fugir pela porta do fundo, mas foi imediatamente abordada, implorou por sua vida, e mesmo com aquelas palavras de suplicas, não fora poupada daquele trágico destino: ”_Sou eu filhinho, a mamãe! quem é você, o que você fez com meu filho?”, “cabeça voou” (...). O filho do Drácula havia matado-os assim como todas as outras pessoas; por onde passava deixava seu rastro de destruição, tristeza e medo. Seu desejo de sangue era mais forte, sentia-se culpado por alguns instantes, mas em seguida sentia-se aliviado e feliz. Não sabia o porque e como, sabia apenas que era diferente de todas as outras pessoas.

Jack viu se sozinho, solitário e estranho; tendo que se esconder para se proteger, sendo caçado e odiado por todos. Mas isso não o comovia, ao contrário, deixava-o mais raivoso e mau, desejava vingança por um motivo que desconhecia.

Anos depois, Jack teria sido reconhecido por Leônidas pai de Agatha, através de uma cicatriz que possuía no rosto e que passava por geração em geração, ao ver aquele estranho garoto com aquela cicatriz não teve dúvidas de que ele seria aquela infeliz criatura desaparecida, e que procurava a anos, não acreditava que o bebê tivesse sobrevivido ao nascer. Jack Maison Junior jamais soube de sua verdadeira origem, talvez tenha apenas desconfiado, já que uma de suas vitimas teria sido o pai de Agatha, seu avô.

Jack ainda deve estar perambulando por aí solitário, já que ser filho do Drácula o tornou imortal. Sentiria-se melhor se soubesse a verdade. Talvez assim faria menos vitimas por onde passasse e seria menos melancólico e solitário.

Se um dia, o encontrar por aí, conte lhe a verdade e cuidado; você pode ser a próxima vitima.

Milla Mendes
Enviado por Milla Mendes em 18/12/2006
Código do texto: T321807