Parábola para Teatro: "O Filho Pródigo" (Lucas 15, 11-32)

Adaptação para o Teatro

Parábola: “O FILHO PRÓDIGO” (Lucas 15, 11-32)

Personagens:-Pai – Flávio – Adriano – Capataz – Amigo1 – Amigo2 – Lulu – Zizi – Gigi –

Pai: – Quantas vezes, quantas vezes sou obrigado a te dizer a mesma coisa....

Flávio: – Mas pai, eu quero viajar, conhecer o mundo, viver ... viver!!!... já que vivo numa prisão.

Pai: – Prisão!!! Seu filho ingrato, te dou do bom e do melhor...Não te falta nada..

Flávio: – Falta a liberdade, liberdade. O senhor me dá de tudo mesmo, um conjunto de regras, regras e mais regras, essa casa mais parece um quartel. Hora pra isso, Hora pra aquilo, Sim Senhor , Sim senhor, ... Ah tô Cheio de te obedecer... quero Liberdade!

(entra Adriano e o Capataz )

Pai: – Adriano, Adriano fala pra ele que as regras são necessárias.

Adriano: – Vocês estão brigando de novo!

Flávio: – é o Pai que pensa que o mundo gira em torno dele. Sabe eu tenho vida própria, tenho vontades, desejos e sonhos diferentes do dele.

Pai: – Esse menino me deixa doido.

Adriano: – Calma Flávio! Calma Pai ! Vamos todos nos acalmar...

Pai: – É esse teu irmão, não tem jeito... Pensa que já é dono do próprio nariz...

Flávio: – Sou mesmo, sou dono do meu nariz sim, Quer saber... quero ir embora.. Vou embora daqui... Quero que o senhor me dê hoje a herança de que tenho direito, quero ser independente.

Adriano: – Calma Flávio, se você pedir sua herança será banido para sempre desta casa.

Pai: – Deixa Adriano, Deixa... Esse moleque pensa que já sabe se cuidar sozinho. Vou pegar sua parte da herança. - Capataz!!! Venha Capataz, venha comigo.

Capataz: – Sim senhô!

(Sae Pai)

Adriano: – Pensa bem Flávio, você enlouqueceu mano?

Flávio: – Não meu irmão, faz tempo que venho pensando nisso, e hoje chegou o dia.

(Entra o Pai, com saco de moedas)

Pai: – Tome, isso é tudo que te pertence por direito, agora pegue esse dinheiro e suma daqui.

(Flavio pega a sacola e sem se despedir vai embora

Adriano: – Fique tranqüilo pai ficarei junto do senhor para ajudá-lo hoje e sempre.

(Saem Pai e Adriano),

Muda cenário para Rua entram os amigos)

Amigo-1: – Meu vamos detonar essa noite! Vamos detorna!

Amigo-2: - Vamo detoná! Vamos detoná!

Amigo-1: – E aí tem algum ai sobrando?

Amigo-2: – Sobrando...? Sobrando ?? Tá é Faltando....rrss rrss...

Amigo-1: – Cara, precisamos de grana, precisamos de muita Grana!

Amigo-2: – Muita Grana, Muita Grana...

Amigo-1: – Como vamos nos divertir nessa noite cara, sem Grana.

Amigo-2: – Sem grana...sem grana...

(entra Flávio)

Amigo-1: – É ele!

Amigo-2: – É ele?

Amigo-1: – É ele mesmo!

Amigo-2: – É ele... mesmo?

Amigo-1: – Claro que é ele! Como vai amigão!

Amigo-2: – Como vai Amigão!

Flávio: – Como vão vocês, se dizem que eu sou amigo de vocês, acabo de eleger vocês meus amigos!

Amigo-1: – Vai ser mais fácil que pensávamos...trouxa!

Flávio: – O que vocês estão falando aí?

Amigo-2: – Que..Vai ser fácil..trouxa.

Fávio: – Como é que é?

Amigo-1: – Cala boca! Imbecíl! Desculpe meu amigo aqui, ele quis dizer que vai ser fácil Poxa! Fácil nós arrajaramos uma festar maneira para nos divertir a noite toda.

Flávio: – Festa! Fala Sério! Sabe... não faço outra coisa, desde que sai da cada de meu pai, só me divertindo e curtindo adoitado. Mas me digam onde é o agito?

Amigo-2 – É onde é o agito?

Amigo-1 – Cala a boca, imbecil. O Agito? O agito..

Amigo-2 – O agito...Ah! A festa!

Flávio: – É onde é que as gatas vão aparecer... onde tem mulher e música... o agito tá feito.

Amigo-1: – Aqui! Aqui mesmo,

Flávio: – Aqui no meio da rua?

Amigo-2: – Aqui no meio da rua...

Amigo-1: – É aqui no Meio da rua.. É..É..É.. um “agito de rua”.. Você nunca ouviu dizer não???

Flávio: – Não?

Amigo-1: - É a ultima moda na Europa. Só os Bacanas, os Ricos, os finos, gente importante curtem essa.

Flávio: – Fala Sério... Não me sobrou muito para gastar, mas... será isso é o suficiente?

Amigo-2: – Claro que é.(pega o dinheiro) Vai depressa, chama a Lulu, a Zizi, e a Gigi , fala pra elas trazerm o som que dividimos tudo...corre...

Amigo-1: – Ficou esperto derrepente... é só falar de dinheiro e ele fica esperto...

(Sai amigo1 )

Flávio: – E aí que horas vai rolar o “agito de rua”? To super animadão!!...

(Entram Lulu, Zizi, Gigi e Amigo-1)

Lulu: – Ai! Vamos começar “ O apito de lua”!

Amigo-1: – É “ Agito de rua”

Zizi: – Seja como for... vamos começar..

(Dançam, bebem e Flávio perde todo o dinheiro, término todos dormem e as meninas vão embora, Flávio acorda)

Flávio: – Legal esse “agito de rua”, amigos!

Amigo1: – Legal, Legal,

Amigo2: – Legal, Legal

Flávio: – E ai quanto é que vai ter outro.

Amigo1: – Você ainda tem algum sobrando?

Flávio: – Não, gastei tudo o que tinha ontem a noite.

Amigo2: – Então...Vamos embora.

Amigo1: – Vamos.

Flávio: – Ei onde vocês vão?

Amigo1: – Vamos comprar comida, estou com uma fome.

Amigo2: – Fome, Fome.

Flávio: – Esperem. Eu vou com vocês.

Amigo1: – Como assim? Ir com a gente?

Flávio: – Ei, Vocês não vão me convidar pra comer não, Amigos...?

Amigo-1: – Amigos?

Amigo-2: – Amigos!! Ah, ah, ah, trouxa..

Amigo-1: – Que trouxa...

(Saem amigo1 e 2 entram zizi, Gigi, e Lulu)

Flávio: – O que faço agora, estou sem dinheiro, como faço pra arrajar comida?

Zizi: – Você pode trabalhar....

Gigi: – É trabalhar para nós...

Lulu: – Carregando pedras, madeiras, arrumando, lavando, consertando..

Zizi: – Tudo por um prato de comida!

Gigi – Aceita?

Flávio: - Tudo bem, eu gosto de trabalhar mesmo..

(Flávio começou a trabalhar, mas as meninas não dava sossego).

Zizi: – Conserte o telhado...

Gigi :– Vai lavar o quintal...

Lulu: – Arrume tudo...

Zizi: – Varra a tudo... Lave as Roupas..

Lulu: – Corte a lenha... Passe as Roupas..

Gigi: – Não esqueça de arrumar aquilo.

(sai zizi, gigi e lulu , ele fica trabalhandoo final do dia . lulu enta.)

Lulu: – Toma o seu prato de comida. (joga a comida no chão da risadas e sai) .

Flávio: – Todo dia é isso... trabalho... trabalho... durmo no chão e ganho esse resto de comida. Comida..., isso não pode ser chamado de comida..., prefiro a lavagem que meu pai dá aos porcos!

Lulu: – Tá reclamando é, olha que tiro a água e a bolacha ein!!

Flávio: - Meu pai trata bem melhor os funcionários dele, manda servir todo dia uma refeição diferente, dá uma casinha com uma cama bem quentinha. E ainda paga, e paga bem. E aqui eu passo fome.

Lulu: – Então porque você não volta correndo pro papai?

Flávio: – É isso!, vou voltar para casa de meu pai, e pedir a ele que me aceite de volta como seu funcionário, e nem precisa de me pagar.

(Sai Flávio, Muda cenário para Casa do Pai, entra o Pai e o Capataz )

Pai: – Está escurecendo... e não estou vendo nenhum dos empregados...Capataz!!

- Onde estão os empregados? Já foram todos em bora? Com que Ordem?

Capataz: – O senhô mandou, ..

Pai: – Eu? Eu ordenei que poderiam sair mais cedo?

Capataz: – Sim, Patrão, como hoje é Natal, todu mundo trabaio mais cedo hoje, pra mode fica cum a famia. Mas....se sinho quizé eu chamu todo mundo de vorta pru trabaio...

(Entra o Flávio)

Pai: - Não, não precisa... eu havia me esquecido... Mas ainda estamos precisando de mais ajudante.

Capataz: - É verdade! E apareceu esse aqui na portera pedindo trabaio!

Pai: – Voce me desculpe o mal jeito! e que eu não quero gente desconhecida não, vamos ter que contratar alguém de confiança. Passar bem..

Flávio: – Pai!

Pai: – Filho!!

Flávio: – Pai... Sei que pequei contra o senhor..., Já Não sou digno de ser chamado de seu filho.... , Por favor me perdoe Pai... Se o senhor me aceitar de volta, posso ser seu novo peão.

Pai: – Deixa eu dar uma boa olhada em você. Vejo que está saudável.

Flávio: – Sim senhor, e pronto para o serviço.

Pai: – Capataz!!!

Capataz – Sim senhô!

Pai: – Mande chamar todo mundo, todas as famílias da redondeza, mande matar um vitelo gordo, e fale para a cozinheira preparar aquele banquete. Hoje vai ter festa! Meu filho está de volta!. Vai logo Capataz!

Capataz: – Sim senhô!

(Sai Capataz)

Pai: – Mas me conte meu filho, como foi sua viagem?

Flávio: – Sabe Pai, aprendi muito, conheci muita gente, Algumas pessoas são boas, mas outras só pensam em dinheiro, ou tirar proveito de voce.

Pai: – É meu filho, esse mundo é uma escola onde estamos sempre aprendendo, e quem não aprende precisa de repetir de ano para aprender de novo.

Flávio: – é mas essa lição eu aprendi. E não quero tornar a repetir esse erro.

Pai: – Sei que eu errei também.... Mas eu também me aprendi... –Dá cá um abraço filho...

Flávio: - Quanta saudade...

Pai: - Mas o que importa e que você voltou... entre, entre e vista sapatos e a melhor roupa que achar, para a comemorar o seu retorno.

(Sai Flávio, entra Adriano)

Adriano: – Não acredito Pai, Eu Não acredito!!

Pai: – O que foi Adriano?, Você sabia que o seu irmão voltou?

Adriano: – Capataz me contou, e fiquei sabendo que o Sr. vai dar uma festa para ele ?

Pai: – Vou sim vou aproveitar o Natal e o retorno dele, para dar uma festança só.

Adriano :– Mas até agora há pouco, o Sr. nem queria saber de Natal ou de comemorações, recomendou aos empregados, para acabarem o serviço mais cedo, e irem para suas casas e comemorarem sozinhos .

Pai: – Adriano, você tem que compreender o seu Pai, Você sabe que ...

Adriano: – Eu sei que sempre te servi, obedeci suas ordens durante anos, sempre fui honesto, e leal e o Sr. nunca me deu uma festa. E agora chega este seu filho que sumiu sem dar satisfação, pegou a parte dele na herança, e deve ter gastado tudo com a bebida, vida fácil e Meretrizes(prostitutas)... O Sr. manda matar um vitelo gordo e lhe dar uma festa.. Não acho justo.

Pai: – Filho Você está sempre comigo, sei que é fiel e honesto, Saiba, tudo que é meu é teu. Não sinta inveja ou ciúmes do seu irmão.

Adriano: – Inveja??? Eu Ciúmes??? .

Pai: – Perdoe, meu filho saiba perdoar esse seu Pai, e seu irmão que errou muito no passado, e que não quer mais errar...É justo ter festa e banquete, pois há muito tempo julgava que seu irmão estava perdido, morto e que nunca mais iria tornar à vê-lo. Quando me veio o pensamento de que ele poderia ter morrido... Senti Uma forte dor no peito.... Fiquei muito arrependido....

Adriano: – Compreendo sua dor... também estava com saudades do Flávio.

Pai: – Vamos então comemorar! pois seu irmão estava morto e reviveu, tinha-se perdido e foi encontrado!

Música – Voce já abraçou seu filho hoje

Você já abraçou seu filho hoje

Você já deu um beijo em sua testa

Antes que seja tarde / lhe faça um carinho

Corra e abrace forte seu filhinho

Há um olhar tão lindo de criança/

Cheinho de amor e de esperança

Está sempre ao seu lado

Mas você não pode ver

Está muito ocupado para perceber

Que este olhar te pede um carinho

E quer brincar contigo lá na sala

Mas você se cala,

Sem tempo para brincar

Um pai muito ocupado, sem tempo para amar.

(finito)

Arauto dos Anjos
Enviado por Arauto dos Anjos em 20/10/2011
Reeditado em 21/10/2011
Código do texto: T3288382
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