SÓ SE DAR VALOR... DEPOIS QUE SE PERDE

Dias que antecederam ao divorcio, meu ex resolve ir até

A minha casa para me provocar, quando deveria ser o contrário,

Afinal ele entrara com o divorcio litigioso por não aceitar seu acordo.

Mas tudo bem, vamos lá...

Eu não estava nos meus melhores dias... TPM sabe como é

Ele se aproximou e disse:Do jeito que você estar dificilmente conseguirá arrumar outro casamento.

Pensei: A tirá-lo de exemplo fugirei por muito tempo desse compromisso

Estava mesmo um pouco por baixo... mas quem iria dar o braço a torcer.EU!!!

Foi então que o meu pai estando de viagem marcada resolveu me convidar, relutei mas,cheguei à conclusão de que seria bom para eu desparecer,repensar no que faria de minha vida e com a tal liberdade.

Fomos para a casa de alguns parentes e já instalados fui apresentada a um rapaz vizinho de minha tia.

Um pouco mais novo que eu, corpo atlético, jogador de futebol e principalmente solteiro, não que eu tivesse interessada, mas o detalhe não tinha como passar despercebido (afinal não sou cega)

Logo que possível ele tentou uma aproximação, me esquivei por conta de meu pai que por certo recriminaria, mas passou em pensamento: aquele poderia ser o momento certo para a minha vingança (lembrando do que o meu ex havia dito).

Os dias se sucederam era carnaval saímos juntos, pintou um clima como dizem e o inevitável aconteceu.

Curtir esse breve romance que durou por uma semana, logo tive que retornar a minha cidade, mas foi o suficiente para eu fortalecer, crer novamente no poder de sedução e dar uma repaginada na vida.

Já em casa resolvi mudar tudo, do cabelo a roupa... Em fim, eu já não era mais a mesma despertando assim a vontade de viver (o que não faz um encantamento na vida de uma mulher), estava renovada, pronta para a batalha e vestida para matar.

Ganhei confiança, levantei a auto-estima e o que não faltou foram pretendentes ao mais variado cargo do namorado, marido a amante... pulemos esta parte, não vem ao caso.

Ao ver-me o ex quase não se deu conta e nem me reconheceu, disse que estava mudada não lhe dei espaço, o que menos preocupava e importava naquele momento era a sua opinião, estava de bem comigo mesma, descobrir que o tempo de casada eu vivi apagada a sua sombra e deixara de ser eu mesma.

Percebi que aquilo lhe atingira o ego e derrubei o seu conceito do que eu era e no que me transformara em uma semana, uma mulher capaz de atrair e despertar o interesse de qualquer homem se assim quisesse.

Um mês depois ele sofrera um acidente na volta de umas de suas bebedeiras com o seu advogado, se quebrou quase que por inteiro, mantive-me informada de seu estado de saúde, afinal ele ainda era o pai de minhas filhas, mas tomei por conta não ir visitá-lo no hospital.

Dias depois recebi um bilhete dele pelas as mãos de seu primo onde dizia: VOCE NÃO VEM ME VER? ESTOU COM SAUDADES E SE FOSSE AO CONTRÁRIO EU ESTARIA DO SEU LADO.

Relutei para ir, fui contrariada na minha vontade e quase forçada por minha mãe a visitá-lo, ele estava irreconhecível, mas o seu sarcasmo de nada havia mudado e pedira-me para passar aquela noite no hospital de acompanhante, sem alternativa fiquei.

Depois me pedira para que lhe desse banho e outras coisas... A mais (esta fica por conta da imaginação, pois me nego a dizer ou entrar em detalhes), mesmo todo quebrado queria ter certeza de que ainda era homem, coisa de machista é claro que não fiz, logo que amanheceu tratei de sair dali e não mais voltar.

Com alta e em casa ficara andando de cadeira de roda, algumas vezes levava a filha para vê-lo já que sua família pedira, mas todo encontro era a mesma coisa, ele me cantava e pedia para voltar. Aproximando o dia da audiência seu advogado me propusera um novo acordo, mas eu não aceitara, abri mão de tudo e pedi apenas que seu nome fosse retirado do meu, queria livrar-me quanto antes.

Já recuperado após longos meses, sua vida voltara ao normal e de quinze em quinze dia ele ia visitar a filha, certa vez, numa dessa visita ele me vira com um amigo de trabalho sentado num barzinho próximo a minha casa e sua primeira reação... Qual minha surpresa foi jogar o carro contra nós já bêbado e por pouco nos acertou.

Dias depois houvera de aprontar outra e desta vez muito pior, levara a minha filha para passar o dia com ele, caiu à noite e nada de chegar... Já me preocupava.Lá pelas vinte horas a agonia por certo tomava conta do meu ser, até que apareceu, buzinando em meu portão, minhas pernas tremiam sem condições de dar um passo.

Pedi a meu irmão que fosse recebê-lo, mas tão logo retornou dizendo que ele estava me chamando, perguntei se vira a minha filha e meu irmão respondeu que não comecei entrar em desespero.

Vestida com roupa de casa fui até o seu carro, então ele pedira que eu entrasse, respondi que não, fui direto ao assunto: cadê a minha filha?

Acalmou-me ele: estar em casa não se preocupe vir sozinho porque preciso conversar contigo, entre no carro é rápido.

Respondi que não se fazia necessário bastava ele sair do carro, então ele disparou:É sobre nossa filha e de seu interesse (a essa altura a preocupação já me rondava),só que não percebi que ele estava alcoolizado uma vez que ate então eu estava conversando com ele pela a janela do carona, o que me foi tarde.

Quando adentrei no carro ele deu uma arrancada sem chance de qualquer reação, pedi, implorei que retornasse, mas nem me ouvia ou ignorava a minhas suplicas dirigindo em alta velocidade e eu só pensava na minha filha, na minha mãe que nada sabia.

Realmente ele parecia um louco, descontrolado, seguiu em direção a estrada parando onde podia para mais um trago, não tinha como fugir, pois ele não dava oportunidade.

Ele trabalhava em uma farmácia que no qual arrendara e para lá seguiu, pensei:Esta pode ser a minha oportunidade de desvencilhar-me de suas garras, mas esperto feito raposo ele não me soltara, chamou um funcionário e pediu-lhe dinheiro,a essa altura o rapaz notara que ele estava bêbado e chamou seu cunhado.Pedir-lhe ajuda e o mesmo fez de tudo para que me soltasse, não surtindo resultado.

Ele retornou a estrada e começou a dar cavalo de pau com o carro, eu só rezava, pedindo a Deus que tudo aquilo terminasse e eu voltasse inteira para casa, foi quando entrou em um motel, eu não sei se temia ou sentia-me aliviada, não sabia distinguir qual o perigo maior.

Largara o carro aberto, pegou-me pelo o braço e entrou, naquele instante um turbilhão de coisas em minha cabeça se passava até mesmo que podia tirar-me a vida.

De repente ele cairá sob a cama quase que desmaiado, espumava pela a boca imóvel, estático, chamei pelo o seu nome, mas não respondia, entrei em uma enrascada, só pensava: Meu Deus o que faço agora, se ele morrer aqui comigo, pensa... pensa...pensa.

Até que me surgiu uma idéia, analisei – Vou ao seu carro pego dinheiro, chamo um taxi e me mando daqui, é isso... assim comecei a por em pratica.Fui até o seu carro peguei o dinheiro e em seguida liguei para a portaria solicitando um taxi, mas a pessoa do outro lado da linha dissera:Só fechando a conta e com a permissão do acompanhante (não entendi nada).Ensaiei então uma mentira e disparei:

Sabe o que é eu e meu marido saímos para comemorar aniversario de casamento, e ele bebeu um pouco alem da conta não estar em condições de dirigir(boa essa... ter que carregar a mala junto, fazer o que... precisava sair dali), mas não colou, alguém estava a fim de amassar o meu cano e pediu para falar com ele,argumentei e acabei por desistir.

Passei a noite toda acordada com medo de dormi, fiquei velando defunto vivo,com vontade de concretizar o ato (matá-lo), guardei baba, não sabia se chorava,pensava na minha mãe ou temia por ele acordar.

Lá pelas às cinco horas da manhã o dito acordou e quando deu comigo perguntou:

Onde estou?

O que você estar fazendo aqui?

A essa altura os nervos já estavam à flor da pele... irritei-me, falei:

Seu idiota estive aqui a noite toda só para colocá-lo na cama,cantando canção de ninar para você dormir e disparando sem parar.

Quando se deu conta da besteira que havia feito começou a chorar pedindo-me desculpa por ter ate mesmo colocado minha vida em risco, implorou perdão e por fim completou:vamos lá vou levá-la para casa, assim o fez.

O pior dessa história é que alem de passar por tudo isso, não dormir, cheguei em casa arrasada e minha mãe me aguardava e antes que eu pudesse dizer alguma coisa ela desabafou, chamando-me de irresponsável, que não tinha vergonha na cara, que sair para a farra com ex marido sem avisar, naquele instante minha vontade era de mandar minha mãe as favas,não sabia ela estar a falar tanta besteira, mal sabe que poderia eu não estar neste momento viva para ouvir.

Esperei que se acalmasse para então tudo explicar, quando contei

Que havia sido seqüestrada pelo o meu ex marido e tudo que passara

Deu-se a chorar.

Depois disso ele ainda tentou reatar o casamento, aprontou umas e outras,Mas... nunca mais pegou-me distraída

Cristina Siqueira
Enviado por Cristina Siqueira em 30/11/2011
Reeditado em 30/11/2011
Código do texto: T3364085
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