TUDO O QUE EU NÃO QUIS SER

Nunca experimentei o amor em sua plenitude

O essencial é que amei a minha maneira

E fui feliz do meu jeito.

Sempre faltava alguma coisa que não sabia o quê

Talvez fosse porque sempre encontrei homens intricados

Com suas carências e no final eu acabava por ser mãe deles

Ou a parte sólida da relação.

Com todas as veras nunca fui cuidada, a fragilizada, sempre dei as cartas, nunca tive os braços fortes, nem fui apoiada.

Em contra partida sempre fora admirada como se isso bastasse

Talvez a minha independência, autoconfiança tenha contribuído e muito

Para isto, ou eu não tenha dado chance para acontecer dessemelhante

Desde muito novinha conquistei a brida de minha vida

Sem o domínio dos meus pais que viviam suas querelas,tive uma imaginação errônea dos homens, transposta pelo o meu pai

A modelo do próprio.

Dizia que não deveria crer nos homens, que ninguém faz nada de graça

Que mais tarde vem a cobrança e que um homem quando muito cortês,

E solicito com uma mulher “se não é quer ser” traduzindo assim que havia sempre uma primeira ou segunda intenção.

Também reportava que a mulher precisava ser perspicaz até para dar e que as coisas só tinham valia quando conquistada com nosso próprio suor, ele nunca fora exemplo de ninguém, mas fazia valer sua influencia de pai, o fato era que ele fazia com as filhas dos outros, mas não tolerava que fizessem com a dele, doutrinando assim a resguardar-me.

Foi quase um legado amadurecer cedo e a conferir um biltre a distancia, tudo isto seria válido se eu não tivesse criado uma barreira e passado a desconfiar de todos que se acercava.

O falto galgou como factível a incutir-me, pelo o irrefutável fato de

Se conhecer ou compreender por seu caráter de certeza; claro

Manifesto visível, indefesos a não facultar risco.

No princípio era até propício ter alguém dependente, saber-se útil de

Alguma forma, necessária, até indispensável algumas vezes, só que com o tempo sobrava apenas de lacuna ao depreender que nunca fui a parte frágil, embora desejasse.

Saía sempre dos relacionamentos com certeza das obrigações cumprida,Dizendo:

Fulano não pode proferir nada a respeito e não podia mesmo... E nem se manifestavam.

Afinal eu era a esposa, a dona de casa quase que impecável, ideal, a amiga, a amante, a companheira, certinha demais... Que de tão certa abastardava, era qualificação demais para uma só pessoa, cansativo, eu não vivia pelo ao menos a minha vida... não era eu e sim a reprodução da mulher que inventaram, enquanto em meus pensamentos tinha desejos, os mais obscuros... queria errar que fosse,uma vez que a epígrafe já não mais me caía bem.

A relação ficava desgastada... eu consumida,vai fazer alguém entender que você tencionava ao contrário, se lhe tinham outra imagem, melhor findar.

Em fase renunciei procurar a pessoa certa... ou que supunha

Ser e que tanto queria enfim... Tem coisa que não se modifica.

Tornara marca registrada a minha do contrário ninguém acreditava,

Dizia estar eu fazendo tipo, confesso ter sido por muito permissiva.

Optei então por ficar só, empenhei-me em outras possibilidades,

Afinal a solidão não é de todo ruim, atirei-me, investi em meus

Conhecimentos. Aprendi tanta coisa nesse tempo, posso dizer até que

Fui quase feliz fartamente, se isso não se inclui ter alguém ao lado.

Hoje na medida do possível vou levando, em contento com a minha

Companhia, provendo minhas necessidades (carência),

Ocupo-me envolta com a família que no instante me basta, não

Mais me permitindo ser mãe alem de minhas filhas.

De todo não esmoreci, desejo veemente encontrar alguém

Ao meu encaixe, só não procuro, desvendei-me quanto a

Inquietude e expectativa... Estas te levam ao encontro do errado.

Os que vão aparecendo... e sempre aparece, pois como diz a minha

Mãe: “Tem sempre um chinelo velho, para um pé descalço” e não

Deprecio-me, o problema é que estes têm o perfil do que não quero

Em minha vida, de modo que são do meu convívio.

Espero o desconhecido e dou crédito o não aparecimento por eu não

Dar ao acaso oportunidade ou quem sabe uma mãozinha pro destino,

Mas sei que a felicidade quando quer bate a porta... Assim espero.

Cristina Siqueira
Enviado por Cristina Siqueira em 08/12/2011
Reeditado em 08/12/2011
Código do texto: T3377708
Copyright © 2011. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.