Bastava que você me dissesse sim.

Bastava que você me dissesse sim.

Eu sou intensa, exagerada, mas por você eu seria um pouquinho de cada vez.

Eu sou imediatismo total, agora ou nunca, mas por você eu ficaria eternamente te esperando na linha final.

Eu sou avessa a meios termos, comigo é sim ou não, inverno glacial ou calor desértico, mas com você do lado eu tomaria eternos banhos mornos, cafés frios e até sorvetes derretidos de tão mais ou menos que eu seria.

Eu sou vodka, uisque, absinto, forte e puro, em doses grandes. Mas por você eu seria um vinho branco leve, daqueles que toda noite de verão devia ter.

Eu sou música alta, pesada, madrugadas de ferveção. Mas por você eu seria Chico Buarque bem baixinho.

Eu sou fã das cores fortes, todas elas, principalmente juntas. Mas por você o pink viraria cinza combinadinho com nude e adornos brancos.

Eu moraria com você no fim do universo, faria café forte (que eu detesto e você ama) todos os dias e até sorriria para os vizinhos chatos por você. Eu encarnaria a mãe, a irmã, a amiga, a mulher, a amante... Eu teria saco pra todas essas facetas por você.

Eu seria, todos os dias, o seu sonho e o seu pesadelo, só pra gente não perder o tom agridoce que só a gente tem. Eu seria a nora perfeita para os seus pais, a mãe perfeita para os seus filhos, a companhia perfeita para o fim de domingo na rede da varanda.

E eu faria muito mais, só por você. Eu sei que é dos meus exageros que você mais gosta, mesmo negando, mas eu também sei que não é todo mundo que me encara, então eu desistiria de tudo, só pra ter você aqui. Eu quero ganhar o mundo todo, todo dia, o dia todo e voltar pro seu colo todas as noites. Porque fazer, viver e sentir tudo o que se está afim é muito bom, o meu dia a dia é ótimo, eu amo o meu trabalho e tenho um humor incrível, mas nada se compara aos seus olhos brilhando e os seus ouvidos atentos ao que eu tenho a dizer.

Eu estou aqui, permanecerei bem aqui ao seu alcance. É como eu te disse, por mais que eu consiga ir longe eu não consigo não olhar pra trás. Mas vou seguir. Vou guardar os nossos bons momentos, que não foram poucos, o carinho enorme que eu tenho por você e a certeza de que eu fiz tudo o que pude, de que a gente precisou mesmo passar por tudo isso pra ser o que é hoje. Precisou rir, chorar, brigar, ir embora, voltar, odiar, amar, aceitar... Mas agora chega, né? A faca já até perdeu a ponta de tanto que eu insisti. É hora de respeitar a sua escolha, a sua opinião.

É hora de deixar que você se vá. Mas os meus sentidos ficarão atentos a qualquer sinal seu, você sabe como é que é: eu sou tempestade, mas viraria brisa fraquinha por você.

Denyse Barrêto
Enviado por Denyse Barrêto em 30/01/2012
Reeditado em 30/01/2012
Código do texto: T3470678