UMA NOVA PAIXÃO

NO ESCURO, EU SONHAVA...

Capítulo 5:

Uma nova paixão...

Muitos dias se passaram depois do terrível incidente com Penélope e Ruth. Os machucados já haviam se cicatrizado, embora Ruth ainda fosse mancar por muito mais tempo.

Em uma tarde de domingo, a família estava toda reunida na mesa para o almoço, Ruth havia preparado um frango assado de dar água na boca, junto com uma macarronada digna dos deuses, ninguém podia se queixar da saborosa comida de Ruth, ela era expert em culinária, embora não tivesse estudado para isso.

Ruth estava com muitas saudades, do tempo em que ela dava aula para as crianças, da quarta série, do Colégio Novas Fronteiras, foi uma época muito boa de sua vida, naquele período seu marido era muito bom para ela, era carinhoso e atencioso, não a tratava de maneira hostil como agora.

Ruth não entendia porque ele mudou tanto em tão pouco tempo, era inacreditável, era inaceitável essa metamorfose.

Diversas vezes Ruth já sentiu vontade de fugir, jogar tudo para o alto, chutar o pau da barraca, se esquecer que Horácio, um dia já foi o amor de sua vida, mas agora será que ela teria alguma chance se fugisse dali?

Com Jorge tudo parecia ficar mais fácil, só ele poderia ajuda-la nessa difícil decisão, ela precisa de um homem que a protegesse de seu próprio marido, suas forças já estavam esgotadas, ela não conseguia suportar mais, tanta brutalidade, a semente da paixão estava começando a nascer em seu coração, Jorge estava começando a chamar sua atenção, dia após dia, os sentimentos pareciam mudar.

Ela não podia simplesmente fugir, não, isso nunca daria certo, ia ser pega, Horácio poderia até mata-la, como já foi capaz de demonstrar diversas vezes no passado.

Com o tempo Horácio tinha se tornado um homem muito influente, Hugo o ajudou nessa escalada social, havia feito muitos amigos coronéis e militares. Sua fazenda havia crescido bastante, seu gado havia aumentado em larga escala, seu dinheiro agora começava a chamar a atenção de muitas pessoas, pois muitos o temiam, graças a Hugo, Hugo era o grande culpado de toda esta história, ele era o único responsável por toda essa mudança drástica que aconteceu com seu marido. Mesmo quando as vezes eles passavam dificuldades, estava tudo bem, pois eles ainda tinham o amor mútuo.

Mas agora, nem isso existia mais entre os dois, só havia rancor e ódio.

Sentado naquela mesma mesa de almoço, Jorge havia se esquecido completamente daquilo que tinha acontecido com a família de seu patrão recentemente, a pedido de Horácio, que foi bem claro quando disse:

- Isto nunca aconteceu, está entendido, rapaz, coisas muito ruins podem acontecer, se esse incidente sair das paredes desta fazenda, escutou bem? – indagou zangado Horácio.

- Eu nem sei mais o que aconteceu aqui Senhor... – respondeu Jorge.

- Que bom, espero que tenha intendido o meu recado.

- Perfeitamente!

Jorge começava a sentir um misto de pena e amor por Ruth, ao mesmo tempo, que ele sentia pena por ela estar naquela situação horrível juntamente com as suas meninas, ele começava a nutrir dentro de si um sentimento de amor por aquela mulher, que era linda apensar dos muitos hematomas adquiridos pelo tempo por causa da intempestividade de seu marido, ela não merecia viver assim, sempre com medo, sempre esperando o próximo ataque de seu marido, pensava Jorge horrorizado.

Rebeca também já não aguentava mais aquela situação, seu pai era um doente mental, precisava ser internado o quanto antes, ás vezes em seus passeios diários depois do almoço, ela via, seu pai conversando sozinho, falando coisas sem sentido, dando murros no ar em explosões de fúria sem sentido.

Embora ela não nutrisse mais nem um resquício sequer de amor e carinho por ele, ela não conseguia ser má, tinha muito pena de seu estado, ela sabia que não era normal, já havia lido diversas vezes em livros, sobre casos de loucura que começava como o dele, uma vez ela leu em um livro a seguinte frase: A loucura dos grandes precisa ser vigiada de perto.

Na mesa, diversas vezes, Ruth e Jorge trocavam olhares furtivos um com o outro, ambos estavam sentindo a mesma coisa um pelo outro, só ainda não sabiam com efetuar e declarar esse amor, que estava nascendo dentro de ambos.

Horácio estava cada vez mais desconfiado, ainda não tinha engolido aquela história de que sua mulher levava limonada para seu empregado e não levava para ele próprio e porque ela ficava tão feliz nos dias em que ele vinha trabalhar na fazenda. Ele não suportaria a traição, traição não, isso ele não poderia tolerar, nemque para isso tivesse que matar os dois, bem dolorosamente.

Ruth já estava lavando os pratos quando a seguinte frase foi sussurrada em seus ouvidos por Jorge:

- Me encontre daqui a duas horas, perto do poço, na parte de trás da fazenda,precisamos conversar, é urgente... Vou te ajudar...

Aquelas palavras ficaram martelando sua cabeça durante horas, VOU TE AJUDAR, o que aquilo poderia significar para ela, será que era aquilo que ela estava desejando há muito tempo, tomara que sim...

No lugar e hora marcados, Ruth estava lá, como deveria. Jorge estava sentado no suporte de pedra do poço, mal sabia ele que aquele mesmo poço seria muito usado no decorrer da história.

Os olhos de Jorge brilharam quando se encontraram com os de Ruth, seu novo amor, agora vendo ela caminhar daquele jeito vagaroso mas ao mesmo tempo sutil e feminino, ele teve certeza de que estava apaixonado por ela.

- Pensei que você não viesse. – sussurrou Jorge para Ruth.

- Pensei muito acerca disso, eu não iria vir mesmo, a decisão foi muito difícil para mim, tive que pensar muito, tive que medir as vantagens e as vantagens, então descobri que não existe nenhuma vantagem ao lado de Horácio, ele mudou muito, acho que nunca mais voltará a ser o mesmo, minha família está sofrendo muito, Rebeca então, coitada, tenho muita pena dela, Horácio colocou na cabeça que ele não é o pai dela e não existe nada que faça ele mudar de ideia, não posso mais arriscar a vida de minhas filhas na mão desse monstro sanguinário... – disse Ruth, gesticulando muito com as mãos.

Rebeca tinha percebido que Jorge havia sussurrado alguma coisa no ouvido de sua mãe e ela ia fazer de tudo para descobrir do que se tratava. Ela ficou o dia todo a espreita de sua mãe, sempre despistando, mas sempre a seguindo, era realmente muito esperta e determinada, nada a fazia parar, nem ninguém.

Ela viu muito bem, quando sua mãe foi de encontro a Jorge que estava apoiado no poço e agora estava escutando tudo, aturdida com as confissões de sua mãe.

- Ruth, tenho que dizer algo para você antes de tudo! – sussurrou Jorge, com medo de que alguém pudesse escutá-los.

- Diga... – respondeu Ruth com um sussurro.

- É... Como você bem sabe, eu não tenho onde cair morto, mesmo assim, você ainda quer ir embora desse lugar comigo?

- Você sabe que eu não ligo para luxo...

- Sim, mas poderemos passar necessidades e as crianças como sobreviverão?

- Com amor tudo se resolve, querido, eu também posso voltar a dar aulas em escolas...

- Bem, você tem certeza de quer mesmo isso para você?

- Claro, não é questão de querer, é questão de sobreviver, preciso me salvar e principalmente salvar minhas filhas desse monstro...

- Eu sei, eu penso da mesma forma que você, elas não merecem isso, são apenas crianças.

- Mas quando, quando iremos fugir desse lugar, Horácio desconfiaria, não?

- Sim ele é muito esperto, por isso temos que fugir durante a noite, quando ele estiver dormindo, não ouvirá nada, quando acordar já estaremos longe, muito longe de sua ira.

- Essa noite conversarei com Penélope e com Rebeca, elas entenderão a situação e concordarão com tudo. Tem que ser hoje a noite, pois Horácio chega muito cansado da caça com seu irmão Hugo, portanto, dormirá profundamente e não vai nos dar nenhum trabalho.

- Está combinado então... Até mais... – despediu-se Jorge.

Rebeca ouvindo tudo, saiu correndo para não encontrar com Jorge, ela não sabia se pulava ou se gritava de alegria, por final decidiu por nenhuma das duas demonstrações de euforia, pois poderia arriscar tudo.

Foi correndo para o quarto, vestiu seu lindo vestido amarelo, que era por sinal o único vestido novo que ela tinha, ao contrário de sua irmã que sempre ganhava roupas novinhas em folha por seu pai, mas para Rebeca era sempre o resto, nunca ganhava nada de bom de seu pai. Colocou a mochila em cima da cama e ajeitou algumas peças de roupas lá dentro, tudo encaixou perfeitamente, ela não podia se aguentar de tanta euforia, era bom demais para ser verdade.

Obs.: Não liguem para os erros, isso é só um rascunho, ainda não revisei, espero que gostem e que deixem comentários...

Gabriel de Paiva Fonseca

Gabriel de Paiva Fonseca
Enviado por Gabriel de Paiva Fonseca em 17/02/2012
Código do texto: T3505610
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