CORAGEM PARA MATAR

LIVRO: NO ESCURO, EU SONHAVA...

Capítulo 7:

Coragem para matar...

Horácio estava possuído de tanto ódio, estava dominado pela crueldade, queria se vingar de Jorge, do seu empregado ladrão de mulheres.

Ainda na cozinha Horácio apontou a arma na direção de Jorge e o mandou levantar as mãos e ir andando na sua frente, pois qualquer movimento suspeito que ele realizasse, Horácio não pensaria duas vezes em atirar. Ruth estava desesperada, não imaginava o que seu marido seria capaz de fazer com seu amante, ela estava muito aflita.

- O que você vai fazer Horácio? Por favou não o mate, se você fizer isso, vou contar para a polícia!!! – suplicou-lhe Ruht.

- Cale a boca sua traidora! – vociferou Horácio dando uma coronhada no rosto de sua mulher, fazendo-a desmaiar.

Rebeca se arrepiou atrás da porta, quando viu que sua mãe havia caído no chão pelo impacto da arma em sua cabeça, resolveu seguir Horácio para ver onde ele queria ir com Jorge e o que ele iria fazer com ele. Ela não estava acreditando que sua chance de mudar de vida estava se esvaindo daquele jeito, tudo por causa de um beijo, será que sua mãe e Jorge não podiam esperar até a fuga, como foram tolos, pensava Rebeca.

Horácio empurrou Jorge até o poço, atrás da fazenda.

- Abaixe-se e pegue as correntes, devagar... – disse Horácio cuspindo.

Horácio o acorrentou no mastro onde ficava o balde pendurado na corda, que servia para tirar água do poço. Depois que ele fez isso, Jorge ficou com seus pés apoiados no chão, enquanto suas mãos estavam presas nas correntes que estavam presas no mastro de sustentação do poço que estava vazio.

Não se contentando pela desgraça e humilhação de seu empregado traidor, ele quis dar uma incrementada em sua tortura.

Horácio era um monstro.

O pai de Rebeca e Penélope resolveu chutar as penas de Jorge até que ele ficasse dependurado no poço preso apenas pelas correntes.

A cena era assustadora e horripilante, Rebeca chorava sem parar ao contatar o que seu pai, um monstro por sinal, estava fazendo com Jorge, era muito brutalidade, mesmo sendo o amante de sua esposa, ele não merecia um castigo assim, era desumano, pensava Rebeca.

Jorge estava lutando para viver, estava por um passo da morte, seu coração estava batendo acelerado, quase saindo pela boca, suas pernas agora balançavam de um lado para outro, sem freio, estavam descontroladas sem apoio nenhum para se sustentar, o desespero era grande demais, estava suando frio, sentia a morte de perto, seus pulsos estavam começando a latejar, se ficasse muito tempo dependurado sua mão iria quebrar e consequentemente seria arremessado para dentro do poço e morreria lá, ele tinha que ser forte, sua respiração estava falhando a cada minuto que se passava, ele não sabia o que fazer, não poderia suportar mais tempo, seu pulso estava quase quebrando.

Enquanto Horácio, alguns metros de distância do poço, apreciava tudo com um sorriso estampado no rosto, como se fosse um marido correto fazendo justiça pela honra de sua esposa, mas com as próprias mãos, a cada tentativa desastrosa e inútil de Jorge tentando se apoiar com as mãos para que não se rasgassem, Horácio soltava uma gargalhada sinistra, como se estivesse assistindo a algum desses filmes de comédia.

Rebeca estava estatizada com a situação, não sabia o que fazer para evitar uma tragédia, estava chorando descontroladamente, com muito pena de seu amigo Jorge e pensando o que seu pai seria capaz de fazer com sua mãe depois, quando terminasse o serviço com Jorge.

Rapidamente Rebeca entrou na cozinha, sua mãe já estava se recompondo, apesar de ainda estar meio grogue depois da coronhada que levou no rosto, seu rosto estava todo ensanguentado, Rebeca tapou os olhos para não olhar e foi direto até a gaveta de talheres no canto da cozinha, demorou alguns instantes mas pegou a maior faca que encontrou e saiu correndo, fechou a porta da cozinha, caso Penélope resolvesse descer para ver o que estava acontecendo com sua família.

Movida por uma incrível bravura, foi correndo, mas sem fazer barulho até seu pai, que estava de costas para a cozinha, olhando paraa quase morte de seu empregado pendurado no poço, Rebeca aproveitou essa infeliz distração e caminhou em direção a Horácio, mas ela não sabia o que iria fazer com o instrumento que havia pegado na cozinha, ela não tinha coragem para matar, não queria ficar igual a seu pai, mas também ela não podia ver seu amigo morrer daquele jeito, tão desumano, ela tinha que fazer alguma coisa e rápido, antes que o pior acontecesse.

E foi isso o que ela fez, despontou uma facada na região da barriga de seu pai, que olhou para trás e disse:

- Sua assassina, por que você fez isso comigo seu monstro! Eu nunca vou te perdoar por isso, sua ingrata... – disse Horácio quando estava a ponto de cair inconsciente no chão.

- Perdoe-me papai, mas preciso sonhar... – disse Rebeca, segurando o choro.

- Rebeca!!! O que está acontecendo aqui, minha filha? Não estou conseguindo acreditar nisso... – gritou Ruth na porta dos fundos da cozinha na direção de Rebeca que ainda se encontrava com a faca na mão olhando para o corpo inerte de seu pai no chão, todo ensanguentado.

- Agora não dá para explicar, mãe, ande me ajude aqui, precisamos tirar o Jorge do poço, antes que ele caia lá embaixo, mãe, isso seria o fim... – gritou Rebeca esbaforida.

Jorge estava gritando de tanta dor que estava sentindo em suas mãos. Rebeca segurou um perna enquanto Ruth segurou a outra, puxaram juntas com bastante força, Jorge finalmente conseguiu se apoiar na parede do poço.

- Como vamos tirar essas correntes? – indagou Jorge, ainda muito assustado.

- Temos que derretê-las... Pegue o maçarico no galpão Rebeca, rápido!!! – disse Ruth para sua filha, enquanto abraçava Jorge.

Rebeca foi correndo até o galpão, passando do lado do corpo inerte de seu pai no chão, será que ele tinha morrido, pensava ela. Balançou a cabeça com força, para esquecer desse problema e foi em direção ao maçarico que estava guardado dentro do armário de madeira no galpão de trabalho de Horácio.

Na volta, Rebeca pode observar que sua irmã estava batendo na porta dos fundos da cozinha com muita força, provavelmente estava desesperada, com medo do que seu pai poderia ter feito com eles.

- Estamos todos bem! Volte para o seu quarto, Penélope, daqui a pouco vamos falar com você e explicar o que aconteceu! – gritou Rebeca para Penélope.

- Aqui está. – disse Rebeca entregando o maçarico nas mãos de sua mãe que agradeceu ao receber.

Com muita destreza e agilidade Ruth conseguiu romper as correntes com a chama do maçarico.

Jorge estava tremendamente agradecido para com as duas, os três deram um grande, porém rápido abraço, pois tinham que fugir rápido dali, antes que fosse tarde demais.

- Mas como vamos explicar o que aconteceu com o papai para Penélope, mamãe? – indagou com medo Rebeca.

- Não sei, mas para tudo dá-se um jeito, minha querida. Arrume suas coisas, vamos fugir o mais depressa possível, desse lugar funesto. – respondeu Ruth.

- Minhas coisas já estão prontas mamãe e as de Penélope também...

- Mas como?

- Ouvi a senhora conversando com Jorge, mais cedo e resolvi me adiantar, caso algum problema ocorresse.

- Você é maravilhosa, minha querida e também muito corajosa, devemos isso tudo a você!!!

- Só fiz isso porque estava com medo de que o papai fosse matar Jorge, aí ficaríamos para sempre nesse cativeiro.

- Eu sei, minha filha, mas mesmo assim, você muito corajosa!

Penélope ficou assustadíssima quando soube da suposta morte de seu pai, mesmo chorando, ela aceitou que rebeca não teve culpa do que aconteceu com ele, Horácio havia cavado sua própria sepultura.

Todos já estavam enfileirados, prontos para entrarem na charrete de Horácio, para finalmente fugirem daquele lugar onde viveram muitos pesadelos, Rebeca, Ruth e Penélope estavam mais do que prontas e preparadas para viverem uma nova jornada, ao lado de Jorge, que sempre foi muito gentil com elas.

Depois de carregadas as malas na charrete, todos entraram e começaram o percurso para uma nova vida, que seria muito diferente daquela ou não.

No caminho Penélope chorou a morte de seu pai, ela ainda o amava muito, mesmo depois de saber tudo o que ele fez com Jorge e com sua mãe.

obs.: Não se preocupem com os erros, isso é só um rascunho, se gostarem deixem comentários...

Coloquei como crônico para eu mesmo, não confundir com outros livros que estou escrevendo.

GABRIEL DE PAIVA FONSECA

Gabriel de Paiva Fonseca
Enviado por Gabriel de Paiva Fonseca em 20/02/2012
Código do texto: T3509423
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