UMA ARMADILHA CONTRA A FELICIDADE

Capítulo 8:

Uma armadilha contra a felicidade...

O caminho era tortuoso, a estrada de terra estava horrível, pois tinha chovido muito forte na noite anterior, buracos imensos haviam se formado, sem falar dos animais do bosque, que hora e outra apareciam na frente da charrete assustando os cavalos, a viagem prometia ser bem mais longa do que deveria, pois muitos eram os empecilhos.

Mas apesar de tudo, Rebeca estava conseguindo manter a calma, felizmente tinha muita fé e esperança, os vários anos de maltrato gerados pelo carrasco de seu pai, não tinha contaminado sua cabeça, nem estragado a sua mente. Pelo menos, ainda.

Todos estavam muito esperançosos, embora muito nervosos.

- O papai vai ficar bem, mamãe? – perguntou Penélope com os olhos cheios de lágrimas.

- Tomara que sim, minha pequenina! Pelo menos eu espero que sim... – disse Ruth sinicamente, para acalmar sua filha que apesar de tudo, estava sofrendo por causa de Horácio.

Rebeca ainda estava com a consciência pesada por seu ato execrável. Mesmo seu pai sendo o monstro que era, Rebeca não tinha o direito de tirar a vida de uma pessoa. Ela estava se torturando por isso, desde a saída da fazenda.

- Realmente, espero que nada tenha acontecido a ele, de tão grave, não quero que o sangue dele fique para sempre em minhas mãos com na história da mulher de Macbeth. – disse Rebeca penosamente para sua família e para Jorge.

Todos assentiram com a cabeça.

Já estavam á mais de duas horas na estrada, viam de longe os portões da cidade, mas depois desses portões ainda tinha muito chão pela frente, dentre uma hora, mais ou menos, Jorge acreditava que eles chegariam na estação de trem.

Com destino a São Gonçalves, uma cidade pequena e bem afastada da capital e da fazenda de Horácio, o primo de Jorge tinha um pequeno rancho por lá, com certeza, não negaria abrigo, para o seu primo que era tão querido.

Durante o caminho algo inesperado aconteceu, um dos cavalos assustado por uma cobra que estava no meio da estrada de terra, foi de encontro a um enorme buraco, revestido por muito lama, o cavalo tombou, fazendo tombar também a charrete.

Todos levaram um grande susto, não esperavam por mais essa prova de resistência por parte do destino, Penélope que estava na ponta da charrete caiu de bunda no chão, soltando um gritinho sufocado pela dor.

A noite estava bem escura e sombria, o cavalo estava impossibilitado de continuar a jornada, infelizmente Jorge não podia chamar nenhum veterinário das redondezas para resolver seu problema, por falta de dinheiro e também porque o cavalo não era seu, portanto alguém poderia suspeitar que ele estava roubando, coisa que ele nunca precisou fazer na vida, pois sempre foi muito honesto.

Rapidamente Rebeca ajudou sua irmãzinha a se limpar e trocar de vestido, ela não podia aparecer toda molhada na estação de trem, as pessoas iam desconfiar de alguma coisa.

Infelizmente Jorge não teve outra opção a não ser a de sacrificar o animal ferido, o cavalo já estava enlouquecendo dentro daquele buraco. Com a pistola roubada de seu patrão, ele atirou na testa do animal, que caiu estrebuchado na terra. Todos fizeram um momento de silêncio em favor do animal, a pedido de Rebeca que estava muito emocionada com a morte do simpático animal.

Quando eles pensaram que nada poderia ficar pior, uma tempestade caiu em cima de suas cabeças, literalmente, a chuva estava muito forte, todos rapidamente colocaram as malas acima de suas cabeças, para não se molharem tanto.

A cada passo que dava Rebeca mergulhava suas pernas na lama, estava ficando cada vez mais difícil de andar naquele lugar, mesmo assim, Rebeca se mantinha inabalável, nada poderia impedi-la de alcançar seu objetivo, o de sonhar com uma vida melhor, longe da perversidade de seu pai e da solidão que ele a fazia enfrentar.

- Como você sabia que eu estava precisando de ajuda, meu bom irmão? – indagou Horácio fazendo caretas de dor, enquanto o médico fazia curativo em seu abdômen.

- Na verdade eu nem sequer sabia que você tinha levado uma facada de sua própria filha, só vim porque pensei que vocês tivessem precisando da minha ajuda. – disse Hugo surpreso.

- Como assim? Você achou que nós estávamos precisando de ajuda?

- Porque quando eu estava voltando daquele lugar que você bem sabe, o que eu encontro no caminho? O seu cavalo morto dentro de um buraco por um tiro na testa, e a história não acaba por aí, a sua charrete também estava abandonada no meio da estrada e o mais estranho de tudo isso, foi que eu encontrei uma pequena mala cor de rosa, com alguns poucos vestidinhos em frangalhos lá dentro, então pensei só pode ser de uma das filhas de meu irmão, Horácio, e quando cheguei aqui, dei de cara com você inconsciente no chão, levei um susto, quando averiguei que sua barriga estava coberta de sangue, logo pensei que fossem assaltantes, resolvi ligar para meu “amigo” delegado e para o meu médico lá da cidade para que pudessem vir averiguar a história.

- Você fez muito bem, mas infelizmente não foram assaltantes que levaram a charrete, Jorge, aquele pião maldito, que eu contratei para me ajudar nos serviços da fazenda, me traiu com a minha mulher, me deu uma facada e levou minhas filhas com ele, será que eles já estão muito longe daqui? – indagou Horácio para Hugo.

- Provavelmente não muito longe, o único lugar que dá para sair da cidade a essa hora da noite é pela estação de trem.

- Ótimo e é para lá que eu vou!!! Muito obrigado por tudo Hugo, graças a você, vou conseguir minha família de volta.

OBS.: Não se preocupem com os erros, isso é somente um rascunho, se gostarem deixem comentários...

Atenção esse conto é um dos muitos capítulos de um romance que é puramente ficção.

Gabriel de Paiva Fonseca
Enviado por Gabriel de Paiva Fonseca em 20/02/2012
Código do texto: T3509848
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