A VILANIA VENCEU

LIVRO: NO ESCURO, EU SONHAVA...

Capítulo 9:

A vilania venceu...

A chuva estava ficando cada vez mais forte, o mundo parecia desabar sobre as cabeças de Ruth, Jorge, Rebeca e Penélope.

Todos já estavam encharcados, mesmo com a mala em suas cabeças, haviam se molhado bastante.

- Mãe... Acho que eu estou ficando gripada, meu nariz não para de escorrer... Minhas pernas estão bambas. – disse Penélope depois de limpar catarro na a barra de seu vestido todo sujo de lama.

- Pare de limpar o nariz aí, querida, só vai piorar, está muito sujo, logo, logo chegaremos na estação e tudo ficará bem. – disse Ruth tentando acalmar sua filha.

- Mas, será que eles deixaram nós embarcarmos desse jeito, estamos muito sujos, quase uns mendigos... – disse Jorge meio pachorrento.

- Temos que tentar, só temos uma única chance de conseguir. – disse Ruth.

Nesse momento já tinham conseguido atravessar os portões da cidade, mesmo a pé. As casinhas já começavam a aparecer no horizonte, algumas muito pequenas, mas conforme iam se aproximando da estação, casas maiores começavam a surgir. Jorge teve uma ideia.

Não estava passando charretes na rua e muito menos carros, já que era uma cidade bem pobre, a rua estava deserta, porque a hora já era bem estendida. De súbito Jorge adentrou um dos portões de uma casinha cor de rosa bem bonitinha, foi andando cautelosamente até o varal de roupas e virou o rosto para as meninas, lançando um olhar inquisidor.

- Não Jorge, não podemos roubar essas roupas do pessoal dessa casa, nós não somos ladrões! – disse Ruth aflita, por medo de alguém aparecer.

- Eles não vão nos aceitar assim, Ruth, vão nos linchar na entrada do trem, será pior do que roubar, além do mais, deixaremos nossas antigas roupas aqui, se eles quiserem aproveitá-las.

- Vamos fazer isso mamãe, é a nossa única chance de uma vida melhor. – disse Rebeca que já estava pulando o portão do mesmo jeito que Jorge fez, para pegar algumas roupas do varal alheio.

Alguns instantes depois, todos já estavam com a roupa roubada e seca no corpo, até Penélope tinha se acalmado com a roupa seca, embora seu novo vestido fosse um tanto grande para seu tamanho, mas o importante era a intenção. Rebeca foi a que seu deu melhor, conseguiu pegar o melhor vestido que achou, era azul com alguns bordados de renda branca, com fitinhas coloridas amarradas na cintura, estavam parecendo uma boneca de pano.

O que eles não tinham imaginado, é que existia um cachorro naquela casa cor de rosa, um cachorro dos grandes. Assim que Rebeca ouviu rosnados chegando cada vez mais perto deles, deu um grito e foi correndo em direção a rua, seguida por Penélope e por Ruth. Jorge que havia ficado para trás para ajudar as moças a pularem o portão mais rápido levou uma mordida do cachorro bem em seu traseiro, gerando um buraco em sua calça e em sua cueca, mas felizmente conseguiu fugir.

- Ahhh!!! Conseguimos... – disse Jorge sofregamente.

A estação não estava muito cheia, todos chegaram exaustos com a correria depois do roubo das roupas. Penélope foi a primeira a se sentar numa das cadeiras azuis almofadadas da estação, seguida de Rebeca que estava muito cansada com a aventura.

Jorge e Ruth foram comprar as passagens de trem para a cidade onde o primo de Jorge morava, ainda bem que Ruth escondia sempre algum dinheiro que Horácio dava para ela fazer compras, ela sabia que um dia reuniria coragem e fugiria daquele hospício que vivia com seu marido.

Ruth economizava com roupas, alimentos e bens de primeira necessidade em sua casa, mas sempre fazia uma reserva debaixo do seu colchão, Horácio nunca havia descoberto, também, ele nunca ajudou a arrumar a casa nem uma vez sequer, ainda bem, pensava Ruth consigo mesma, enquanto pagava a passagem ao trocador que estava apoiado com as duas mãos na mesa, provavelmente por preguiça, mas Ruth não se importou com isso.

O importante mesmo, é que ela finalmente iria se mudar dali.

Penélope estava sem sossego na poltrona, como toda criança da idade dela, toda hora perguntava se podia ir ao banheiro.

- Posso ir no banheiro, estou muito apertada, Rebeca, posso? – indagou Penélope.

- Está bem, mas não demore, o banheiro fica logo ali, onde está aquela placa azul, com uma mulher de saia desenhada, está vendo? – perguntou Rebeca, sem muita paciência.

- Sim, sim...

- E não demore muito...

Penélope foi saltitando até o banheiro, quando por curiosidade foi até o final do corredor só para dar uma espiada.

A luz estava ficando mais fraca, conforme os passos de Penélope, ela estava começando a sentir medo, pois estava ficando mais escuro, mas a curiosidade dentro dela estava falando cada vez mais alto para ela continuar a jornada.

De longe ela avistou dois homens conversando muito baixo, provavelmente não queriam ser incomodados, mas Penélope achou a fisionomia de um dos homens muito familiar.

- Ohhh!!! Não é possível! É ele... Papai!!! – gritou Penélope sem imaginar o erro que estava cometendo com esse grito.

- Penélope? – indagou Horácio meio incrédulo com o encontro.

- Mas a mamãe falou que o senhor tinha morrido, eu não estou entendendo mais nada...

- Eu também querida, onde está sua mãe e porque vocês iam me abandonar?

- Ahh!!! Não sei, minha mãe só falou que o senhor fez coisas más, portanto não merecia nosso respeito, por isso fugimos, mas eu pensei que o senhor estivesse morto.

- Felizmente Jorge não conseguiu me matar, minha querida.

- Jorge?

- Sim, ele está tendo um caso com sua mãe, ela quem me traiu, ela é que merece ser abandonada, minha filha.

- Não papai, ele é bom, Jorge é muito legal comigo...

- É tudo uma farsa minha querida, esses policias vão nos ajudar a resolver essa situação...

Rebeca estava muito intrigada, sua irmã estava demorando muito para voltar do banheiro, será que ela estava passando mal, pensava Rebeca consigo mesma.

Rebeca com muito custo, se levantou e foi procurar sua irmã no banheiro, esperava que não tivesse acontecido nada de errado com ela, Rebeca nunca poderia se perdoar se algo acontecesse com sua irmãzinha.

De longe, Rebeca pode ver que sua irmã estava conversando com dois homens no final de um corredor pouco iluminado. Devagar ela foi se aproximando, pé ante pé, sem acreditar na figura sinistra que estava se aproximando na frente dela.

Horácio.

Ela não conseguia acreditar no que estava vendo, sua irmã abraçada com aquele monstro, não era possível, aquele tormento novamente, ela não podia suportar passar por tudo aquilo de novo.

- P...a...i...? – gaguejou rebeca em direção ao seu pais, que supostamente tinha sido morto por ela.

- Rebeca... – disse Horácio, dirigindo um olhar fulminante em cima de Rebeca, num misto de ódio, rancor e raiva.

Na mesma hora, desesperada, Rebeca saiu correndo, tinha que avisar sua mãe da chagada de seu pai.

- O que foi filha? Aconteceu alguma coisa com sua irmã? – indagou Ruth aflita.

- Não... não... ela... está... bem... m...a...s...s... – gaguejou Rebeca, com dificuldade para respirar.

- Diga, Rebeca, o que aconteceu?

- O papai!!!

- O que foi seu pai, fale!!!

- Ele.......

- Annn?

- Ele está vivo!

- É isso mesmo, querida, seu amante não conseguiu me matar... Eu vim para me vingar por toda maldade que você fez comigo. – falou Horácio com sarcasmo.

- Malda...de? Jor...ge tentou te ma...tar? Vo...cê está mesmo louco, Horácio? – disse Ruth.

- Policiais, podem prendê-la, por tentativa de seqüestro de minhas filhas, e prenda também aquele pião de uma figa, por tentativa de assassinato.

- Não!!! Deixem a minha mãe em paz!!! Foi eu que dei a facada na barriga dele!!!! Não prendam minha mãe!!! – vociferou Rebeca desesperada.

- Não escute ela, está sob forte pressão da mãe, coitada, ela não tem culpa da mãe que tem... – criticou Horácio.

Obs.: não se preocupem com os erros, é só um rascunho, deixem comentários...

É um conto puramente ficcional!!!!!

Gabriel de Paiva Fonseca
Enviado por Gabriel de Paiva Fonseca em 21/02/2012
Código do texto: T3511186
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