UM CATIVEIRO PERFEITO!!!

LIVRO: NO ESCURO, EU SONHAVA...

Capítulo 10:

Um cativeiro perfeito...

- Obrigado por tudo meu irmão! – agradeceu Horácio a Hugo, que já estava de partida, depois da prisão de Ruth.

- Conte sempre que precisar, afinal nós temos negócios em comum... – disse Hugo, meio sem jeito, por estar perto de Rebeca e Penélope, que chorava a prisão da mãe.

- Posso usar sua charrete para ir até a minha fazenda?

- Claro, essa noite vou ficar aqui na cidade, para resolver algumas pendências...

- Obrigado, amanhã cedo vou na sua fazenda, entregar sua charrete. – disse Horácio despedindo-se de Hugo.

- Me aguardem dentro da charrete, meninas, tenho que ter uma conversa muito séria com vocês duas, principalmente com você. – disse Horácio, apontando o dedo em direção a Rebeca.

Rebeca ainda estava muito angustiada com a prisão de sua mãe, o delegado nem sequer, perguntou para Rebeca o que ela achava a respeito, provavelmente era cúmplice de seu pai e também de seu tio.

Será que ninguém prestava nesse mundo, pensava Rebeca encostada no assento da charrete. Ela estava com muito medo do que o seu pai iria fazer com ela, agora ela não teria mais a proteção de sua mãe, nem a companhia de Jorge e infelizmente Penélope ainda era muito pequena, uma criança, muito inocente, nunca poderia ajudá-la.

- O que você fizeram com o papai, foi muito feio, ele não merecia isso de vocês, eles sempre as trataram muito bem, vocês não podiam ter feito essa maldade com ele... – disse Horácio com os olhos vidrados na direção de suas filhas.

- Mas papai, já disse que não foi nossa culpa!!! – repetia Penélope inocentemente, sem desconfiar da insanidade do pai.

- Eu sei minha querida, que você foi induzida pela louca da sua mãe, mas ela não tem culpa, está muito doente da cabeça... Infelizmente...

- É mentira! – vociferou Rebeca com ódio nos olhos.

- O que foi que você disse?

- Isso mesmo que você escutou, nossa mãe não tem problema algum, você sabe muito bem disso, seu mostro!!! – rosnou Rebeca para Horácio.

- Penélope, minha princesinha sente-se aqui na frente, guie os cavalos como o papai te ensinava na fazenda, está bem?

- Sim papai... – disse Penélope assentindo com a cabeça.

- Preciso ter uma conversa muito séria com sua irmã.

Rebeca ia de um lado pro outro na charrete a cada solavanco. A noite já estava chegando ao fim, o tempo tinha esfriado muito. Rebeca ficou trêmula quando Horácio disse que queria conversar com ela as sós no banco de trás da charrete.

- Agora você não me escapa, sua assassina... – sussurrou Horácio no ouvido de Rebeca que estava tremendo.

- Não foi culpa minha, tinha que defender Jorge e minha mãe, você ia matá-los!!! Não ia? – indagou Rebeca apavorada com seu atrevimento.

- Se fosse, não seria da sua conta, sua gatuna infeliz... Eu vou dedicar todos os dias da minha vida para destruir a sua...

Essas palavras ficaram gravadas na mente de Rebeca por muito tempo. Até que...

- Que barulho foi esse, aí a trás papai, aconteceu alguma coisa? – quis saber Penélope.

- Não foi nada querida, sua irmã levou um tombinho, coitadinha, estava tão abatida e tão fraca, provavelmente deve ter sentido uma tonteira, desmaiando no chão. – disse Horácio, tentando acalmar sua filha menor.

Rebeca ficou cindo minutos, inconsciente no chão da estrada de terra. Ela não acreditava que seu pai tentou matá-la, propositalmente.

Uma cena rodava na sua cabeça, como roda a projeção no cinema. A imagem de seu pai dizendo: “Eu vou dedicar todos os dias da minha vida para destruir a sua...” e logo em seguida a mão dele empurrando-a pro chão com toda a força que ele tinha, era muita crueldade.

A charrete estava em pleno movimento quando ele fez isso, Rebeca só sentiu seu corpo sendo jogado no chão por seu próprio pai, ela nunca iria imaginar tamanha perversidade, isso era demais, até para Horácio.

Na queda, a primeira coisa que tocou o chão foi seu rosto, o impacto foi tão forte, que Rebeca sentiu o osso de seu nariz deslocar do lugar, pois o estalido revelava que tinha quebrado, no meio de tanta lama e insetos mortos, Rebeca chorava, lágrimas percorriam por seu nariz quebrado, banhavam o sangue que estava escorrendo de sua boca.

Rebeca não tinha forças para se levantar, não conseguia se mexer, estava fraca demais, achava que fosse morrer.

- Pare os cavalos, Penélope, vou ter que ajudar a fresca a se levantar... – pediu Horácio.

- Tomara que ela não tenha se machucado muito! – torceu Penélope em favor de sua irmã.

- Tomara... – disse Horácio friamente.

Horácio com muita indiferença, suspendeu o corpo inerte de Rebeca para cima, o tirando da completa lama e a jogou pelo braço na poltrona de trás da charrete.

- Vê se não caia novamente, heim!!! – ordenou Horácio ao pé do ouvido de Rebeca.

Ainda viajando em sua nuvem de pensamentos, Rebeca sentiu seu a braço sendo puxado por seu pai, de um jeito nada amoroso, segundos depois foi jogada no banco traseiro da charrete, recebendo uma advertência de seu pai, ironicamente.

Passando perto da lagoa, Rebeca pode ver como estava o estado grotesco de seu rosto, os olhos inchados e roxos pelo impacto com o solo, a boca muito vermelha e sangrando sem parar, sem falar do nariz que agora estava demasiadamente torto, o mais estranho eram os seus olhos, que estavam de uma tonalidade de cinza tão sombria, quanto sua vida iria se tornar, estava tudo dando errado na vida da pobre Rebeca.

Pela primeira vez, Penélope ousou olhar para o rosto da irmã, cruzando seus olhos com os dela, com essa atitude, pode perceber o que tinha acontecido realmente com ela, ela não tinha caído sem querer coisa nenhuma e muito menos por fraqueza e indisposição, agora ela sabia quem era Horácio, pois ele é quem tinha empurrado Rebeca, pena que fosse tarde demais, ambas já estavam condenadas a esse martírio em forma de pai, que atendia por Horácio.

- Descarreguem as malas com os trapos sujos de vocês e vão para a sala, tenho um comunicado a fazer. – ordenou Horácio para as duas filhas.

- Sim... – disseram elas em uníssono.

- Você quer ajuda com esse nariz, Rebeca, a coisa está parece estar feia. – disse penosamente Penélope para sua irmã.

- Pode deixar eu mesma vou colocar gelo, mais tarde, se ainda estiver viva até lá...

- Não fale assim, que você me deixa muito triste e vamos logo para sala se não quisermos ver o papai bravo novamente...

- Penélope querida, pode subir para o seu quarto e arrumar suas coisas e não desça enquanto eu não te chamar. – mandou Horácio.

- Enquanto a você, Rebeca, a grande responsável por estes curativos em minha barriga, a responsável pela prisão de sua própria mãe, pela prisão do amante de sua mãe, você terá um tratamento especial nesta casa, a partir de hoje...

- Não estou entendendo... Eu não sou a culpada por tudo isso... – tentou se defender Rebeca, mas sua tentativa foi em vão.

- Não me interrompa mocinha, quando eu estiver falando com você, escute e fique quieta. A partir de hoje, você terá um quarto novo, que é decorado a sua cara, sua bastarda assassina...

- Como assim, um quarto novo?

- Você logo saberá e aposto que irá gostar muito dele...

- Mas papai, eu não estou entendendo mais nada, fale coisa com coisa?

- Pode deixar que você irá entender muito bem, me acompanhe. – ordenou Horácio, indo em direção aos fundos da fazenda.

Rebeca nunca tinha visto aquele lugar antes, como a casa era muita antiga e tinha passado por uma série de reformas, ela nunca tinha tido conhecimento daquele lugar, provavelmente seu pai mandou fazer para algum propósito sórdido futuramente, a porta era feita de concreto, da cor da parede externa da casa, parecia ser muito pesada, pois Horácio só conseguiu abrir com uma ferramenta muito grande, a qual ela não sabia o nome.

Rebeca adentrou no quarto sem entender completamente nada, quando se virou para perguntar ao pai o que aquilo significava, a porta já havia sido fechada, com ela lá dentro.

É SÓ UM RASCUNHO, NÃO REPAREM NOS ERROS, MAIS TARDE CORRIGIREI!!!!

Gabriel de Paiva Fonseca
Enviado por Gabriel de Paiva Fonseca em 21/02/2012
Código do texto: T3511611
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