O SALTO

Estava sentado esperando, ouvia músicas, mas pela sua cabeça passava uma infinidade de pensamentos. Tinha seu olhar fixo em um ventilador que ora ia para esquerda e em seguida para a direita. Via vários adesivos pregados na parede, afinal propaganda ainda é a alma do negócio. Perto dali seu carro estava sendo lavado, também já era sem tempo, quase não podia ver à frente pelos vidros tão manchados pela sujeira do uso diário.

Na sua cabeça se perguntava: Será que alguém queria sua companhia naquele instante? Respondia para si mesmo com quase toda certeza que não. A névoa melancólica só aumentava. Agora se perguntava se de repente sumisse por uns tempos, se notariam sua ausência. Sabia que seus familiares com certeza sofreriam muito, mas fora eles, não contaria na sua cabeça muitas outras pessoas. Voltava a fixar o olhar naquele ventilador. Pedia a Deus que sua vida mudasse de alguma forma. Como, ele não sabia, mas que fosse de algum jeito que ele notasse como tudo era diferente, algo surpreendente acontecesse ou que de repente suas metas fossem diferentes. Que talvez esquecesse algumas onde só fracassava e. que o sucesso em algumas futuras diminuíssem a dor das derrotas em outras.

Por fim viu um buraco muito fundo, pensava consigo mesmo: Por que não pular? era só preciso um pouco mais de coragem, pensou, pensou e pensou, até que começava o movimento e realmente pulou. Estava agora do outro lado do buraco, isso significava para ele um caminho longo ainda a percorrer, totalmente desconhecido, mas que seria completado com toda a experiência adquirida naquele lado que foi deixado para trás. Seria mais feliz? Só vivendo poderia encontrar as respostas.

Frank Santos
Enviado por Frank Santos em 25/01/2007
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