Drama Urbano

De repente Dione olhou para o lado e se deparou...

Uma moça bonita, com jeito de artista estava a lhe olhar.

Sem se dar conta de outra faceta ficou em seu lugar.

Os dias iam e vinham, como era novata na Escola, a si, Dione, imaginava que todos ficavam a se perguntar quem era, pois não era nascida do lugar.

Não é que numa bela quarta – feira a moça se aproximou, se identificando como Martha, num tom de voz imitado de grave e sem qualquer pudor disse a jovem Dione:

- você tem uma beleza tropicana. Mexeu com a minha sensibilidade.

Tôa fim de você.

Sem chão. Dione, mãe de uma filha de três anos, casada disparou educadamente:

- Moça sou casada e tenho uma filha.

Sem se dar por vencida, Martha tentou intimidar:

- não tenho preconceitos. O meu desejo em primeiro lugar. O que vai ser depois, o tempo dirá.

Dione, levantou-se e foi-se embora.

Não tardou e Martha, conseguiu na diretoria o telefone celular de Dione.

Como o resto da semana Dione não apareceu, pois ficou refém da situação. Não sabia se contava ao seu marido ou se prá aula ia mais não.

O fato é que o seu telefone recebeu uma ligação. Dione naturalmente achou de atender, então aquele blá,blá, blá... da moça da Escola. Imediatamente Dione desligou.

O telefone tocava, mas ela já não atendia. Assim, vieram mensagens e mensagens dizendo sempre meu amor, meu amor, meu amor... estou morrendo de saudades de você. Quando te vi parei e disse encontrei a mina cara metade.

Sem querer ser trajecômica, quando estava fazendo a sua filha dormir, Dione se ria, pensando isso não está acontecendo comigo. Já pensou se Martins descobre uma loucura dessa!....

Já no sábado a noitinha, Martins deitado, cansado, vindo do trabalho. Deparou-se com um barulho de mensagem no celular de sua esposa e sossegadamente resolveu clicar no aparelho e muitas pretensões, até porque não costumava mexer no aparelho dela, resolveu olhar.

Do cansaço,o homem se ergue tremulo e toda Urbanicidade se vai no machismo social. Abriu a porta do quarto aos gritos:

- Dione, o que significa essas mensagens no seu aparelho celular?...

Como servil, a mulher naturalmente tensa tenta explicar, mas o ogro, usando o seu lado animal não ouve e liga para Martha. Por mais ou menos vinte minutos, pelo ar e tom de voz de Martins as coisas que foram ditas sangram aos ouvidos dos comedidos. Numa das treplicas de Martins o telefone do lado de lá é desligado.

Passa as três horas de agonia, ouvindo a sua mulher se explicar e enfim, ele se acalma e quando já vai dormir. Lá fora ouve um barulho de moto silenciado pelas batidas fortes em sua porta.

- Deixe mulher que eu vou ver quem é a essa hora. Mas no seu sexto sentido, Dione meio que imaginando, deixou a filha na rede dormindo e foi atrás do marido.

Ao abrir a porta surpresa maior não poderia. Uma moça bonita dizia:

- meu amigo, o quem você pensava que estava falando?...

Se entender muito bem a principio, Martins despertou do transe e desinibido respondeu:

- moça. Não sei quem você é,mas a casa aqui é de respeito e só entra quem eu autorizo, só quem é meu amigo.

Sem se fazer de rogada Martha disse:

- venha falar comigo aqui fora.

Enquanto isso Dione, pálida, nervosa se pegava com Nossa Senhora.

Lá fora entre a casa e a moto os dois discutiram em tons agressivos, que as janelas alheias testemunhavam. Alguns e longe insuflavam:

- dá nele mãe dele!

Outros mexiricavam em silêncio sem saber.

- Olha a amante do vizinho veio tomar satisfação. Coitada da vizinha.

O fato que quando as estribeiras se perderam os tapas estalaram e os dois se pegaram no chão...

A polícia chegou desavisada, mas levou os dois no camburão.

Na delegacia foi um deus me acuda e por conta da lei da situação,

Quase Martins foi parar na prisão.

Apesar do jornal da cidade, sem ter interesse em conhecer a real situação, estampar em primeira página :“Amantes disputam a tapas, o amor de cinderela”. Tudo não passou de mais uma novela nessa nossa nova era de Evas e Adãos.