Perdidos e Achados no Amadurecimento

Em uma cidade do interior mineiro vivia Aryane, uma menina muito alegre, delirante e obsoleta , que pensava ser esperta, mas só pensava! Sua ingenuidade não lhe permitia ser. Mal matutava já havia feito ou falado algo que lhe constrangia deixando-a em maus lençóis por consequência. Enfim, era muito impulsiva. Sua imaginação era muito fértil, vivia conversando com Lisa, uma amiga que só ela enxergava. Passavam a maior parte do tempo brincando de ver placas de carros, o número 55 era o predileto de Aryane, significava 'ele te ama'...rs... coisas de crianças, mas até certa idade! Pois é, a pequena crescia e com ela Lisa, mas nada era diferente. O corpo de ambas já apresentava características de mulher, os olhos masculinos já cobiçavam Aryane, que por sua vez não os enxergava. Sua mente era pura, sem mácula e sem maldade, cândida até que em um encontro de jovens em sua comunidade seu olhar abalroou no olhar de Dinho, um músico quatro anos mais velho do que ela. Foi amor à primeira vista, Aryane estava com quinze anos, mas escondeu esse sentimento novo de Lisa, tinha receio que sua amiga brigasse com ela. Mas como resistir a algo vindo sem querer? É! Sem querer! Aryane e Dinho viviam um amor cândido, sentido apenas no olhar e cada vez que se encontravam Lisa ia ficando de lado, mas não reclamava somente afastava-se. Vendo sua amiga esvair-se no tempo com outra pessoa, mas era amiga e amigos não reclamam, não cobram, apenas são amigos e só! Aryane não percebia que perdia sua amiga a cada encontro com Dinho. Somente deliciava cada momento com o novo, com o amor. Dinho havia penetrado em seus poros, entranhado em sua carne de tal forma que não mais respirava sem pensar nele. Bailavam buliçosamente no ritmo orquestrado pela natureza amorosa, ambos se descobriram, desnudaram-se em sentimento mútuo devastando qualquer obstáculo que se opusesse a eles. Amaram-se. E nesse amor, Lisa desapareceu. Nunca mais Aryane a viu. Mesmo quando rompeu com Dinho, Lisa não apareceu. Foi quando percebeu que havia crescido, desabrochado e amadurecido a ponto de deixar a ingenuidade para trás, Lisa.

Jaqueline Cristina
Enviado por Jaqueline Cristina em 26/07/2012
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