O Futuro Diz Amém - Cap 16

( Previsões de Uma Bruxa)

Miguel estava a cada dia mais lindo com aqueles olhos azuis e cabelos finos e loiros. Já nasceu um meninão.

Mantive-me um pouco preocupada, pois ele não teria contato com crianças. Como seria o futuro dele? Sem escola, outras crianças. O processo natural das coisas. Comentei isso com Emanuel que me disse: - Carmen, francamente... Existem coisas mais importantes com que devemos nos preocupar.

Fiquei sem palavras. Ele tinha toda razão.

Miguel começou a chorar e o peguei e tirei os meus seios para alimenta-lo. A sensação era maravilhosa quando meu pequeno colocava os seus lábios em meus seios fartos. Enquanto ele se alimentava, eu colocava energias positivas sobre meu anjinho.

Então ele mamou por alguns minutos, em seguida coloquei-o para arrotar e comecei a cantar: - “Se esta rua, se esta rua fosse minha

Eu mandava eu mandava ladrilhar

Com pedrinhas com pedrinhas de brilhantes

Para o meu para o meu amor passar...”

Então ele adormeceu, o coloquei no berço e fui atrás de Emanuel.

- Querido, o que vamos fazer para o almoço hoje?

- O que você acha de brócolis, azeitonas e frango? Ele sugeriu.

- Eu acho uma maravilha, já estou com fome!

E comecei a preparar nosso almoço, enquanto ele foi procurar um emprego pela cidade, nós estávamos precisando muito de trabalho principalmente agora que tínhamos mais uma pessoa para alimentar.

Então estava quase terminando o almoço e nada do Emanuel chegar, quando toca-se a campainha e eu fui correndo abrir a porta, achei que fosse Emanuel, mas para a minha surpresa uma mulher bem estranha com mais ou menos uns trinte e cinco anos, toda vestida de preto estava lá fora. Com toda educação do mundo resolvi atender, abri a porta e ela me disse: - Olá meu bem, sou madame Suzan, está interessada em saber sobre o seu futuro?

Ela estava dando um sorriso muito sarcástico, tive um pouco de medo e ela disse:

- Nossa, achei que fosse mais educada, não vai nem me convidar para entrar?

Eu nem disse nada e ela foi entrando assim mesmo, se sentou no sofá e deu um suspiro quando viu Miguel.

- Está criança, irá desaparecer em pouco tempo, cuidado! Olhos a invejam meu bem. MUHAUAHUAHUAHAUHAUA!

- Saia já da minha casa sua bruxa! Saia daqui.

E foi assim que eu a expulsei com pontapés.

Ela me deixou muito nervosa, comecei a chorar. Logo chega Emanuel sem entender nada, contei toda a história e ele me disse que era apenas uma ilusionista querendo ganhar dinheiro.

Estavam tendo surtos nas ruas, muitas pessoas de todas as religiões se misturando, todas muito bem evoluídas espiritualmente. Homossexuais andando livremente. O mundo de fato estava muito mudado. Diferente mesmo. Só eu parecia das antigas. Miguei era tudo o que eu tinha. Depois do que aquela bruxa havia me dito fiquei com os olhos nele o dia todo.

Então fui para o meu banho que pedi para que Emanuel não desgrudasse os olhos do menino, ele deitou na nossa cama ao lado do berço enquanto eu tomava banho.

Quando voltei Miguel não estava mais no berço, Emanuel estava dormindo, naquele momento parecia que haviam arrancado parte do meu coração. Então gritei: - Migueeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeel!

Emanuel acordou desesperado e eu fiquei em prantos.

- A bruxa, ela sabia de tudo.

- Quem é essa Mulher Carmem? Não sabe pra onde ela foi?

- Ela pegou nosso filho Emanuel, aquela bruxa roubou nosso bebe.

- Carmem, vamos procurar, não deve ter ido longe eu adormeci agora.

- Emanuel eu quero o Miguel, me diz que isso não tá acontecendo, por favor. Eu quero meu filho.

Emanuel não me disse mais nada, pegou na minha mão e saímos para procura-lo.

A noite estava gelada, com neblina nas ruas, meus dentes estavam batendo de tanto frio, Emanuel não fala nenhuma palavra e segurava em meu braço correndo sem rumo pela cidade perguntando se alguém havia visto nosso bebe.

Procuramos por horas e horas, não tínhamos como acionar nada, não existia mais sistema de policiamento. Ele me abraçou e chorou muito dizendo:

- Me perdoa por eu não saber cuidar bem do nosso tesouro, meu filhinho foi embora, nosso filhinho foi embora, perdão.

- Emanuel, quero nosso bebe. Quero nosso tesouro!

E ficamos na rua sem reação alguma. Carreguei meu filho por nove meses dentro de mim e depois ele sumiu como se nunca tivesse existido, ele jamais se lembraria de mim dona de um amor incondicional por ele. A coisa que eu mais amava, acabara de sair de perto de mim.

Lucas Guilherme Pintto
Enviado por Lucas Guilherme Pintto em 27/07/2012
Código do texto: T3799342
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