Senhora dona indiferença

Senhora dona indiferença estava passeando naquela manhã de domingo com sempre fazia, com a cara fechada, cabeça erguida, um ar de superioridade, vestia um terno preto de seda e um sapato de salto alto a impressão era que estava indo ao trabalho e não passeando no parque da cidade devido a sua arrogância. Também um casal de namorado, via em sentido contrario, de mãos dadas, conversavam e brincavam um com o outro, algo corriqueiro dos dois, felizes pelo simples fato de estarem juntos.

Quando por coincidência a moça sorridente e feliz esbarra na senhora dona indiferença, prontamente pediu desculpas pela indelicadeza. Mas a senhora dona Indiferença bate as mãos na roupa com que tirando a poeira, não fala nada e continua andando, algo próprio da indiferença. Entretanto, aquela insolência, lhe custará caro, principalmente por que ao avistar o casal logo após ter andando um pouco, Senhora dona indiferença os observou rindo e fez o seguinte comentário, em voz alta:

– Esses dois não vão rir mais de ninguém.

Então a indiferença entre na vida daquele casal, tudo começa com um telefonema não atendido, uma mensagem ou email sem resposta, os compromissos ganham lugar à alegria de estar com o outro, passa si o tempo surge o veneno da aparência. Estão juntos pela aparência ou não estão pelo mesmo motivo, procuram justificativas para a ausência, si apegaram na esperança que o amor perdoa tudo, e esquecem que o que alimenta a felicidade é o simples fato de estarem juntos, seja escondido do mundo seja na frente de todos.

Américo Cruz
Enviado por Américo Cruz em 01/08/2012
Código do texto: T3807541
Classificação de conteúdo: seguro