O Futuro Diz Amém - Cap 19

Acordei bem cedo com dores nas costas por conta da posição errônea em que dormi. O sol batia forte sob o meu corpo, o dia estava bem quente, céu azul, pássaros cantarolando, brisa boa.

Emanuel dormia como um anjo. Fiquei com vontade de beijá-lo, mas dei apenas um selinho nele que por sua vez nem notou e continuou a dormir. Eu estava gostando mesmo daquele homem, comecei então a refletir de como um sexo bem feito pode mudar tudo. As minhas chamas estavam quase se apagando com Emanuel, mas depois da nossa relação amorosa era meio impossível continuar na mesma frieza.

A grama era bem verde e eu fiquei observando o trabalho das formigas operárias que trabalham e trabalham sem se cansar. “Cena bonita de se ver, natureza bonita para se viver”. Pensei.

A vegetação daquele lugar era linda mesmo, mas não tinha nada para que eu pudesse me alimentar, estava ficando com muita fome e nossa comida já era escassa.

Emanuel deu um suspiro, ele sempre acorda meio que assustado, não sei o porquê disto.

- Bom dia coisa mais linda, gostosa, charmosa, desse mundo. Como vai minha linda?

Disse ele com os olhos ainda pregados e com aquela cara amassada.

- Vou bem meu anjo, bom dia. Mas olha, nossa comida acabou!

- Mas já? Calma, querida a gente vai dar um jeito, vamos procurar.

Sugeriu Emanuel.

- Mas onde vamos procurar isto?

- Calma meu bem, vamos montar nos nossos cavalos e procurar alguma civilização, aproveitar este dia lindo, acordei feliz e esperançoso de que tudo pode estar começando a dar certo.

E então seguimos estrada a fora e andamos e andamos parando em alguns riachos para beber água e encontrávamos algumas frutas para ir tapeando o estômago.

Como uma luz no fim do túnel eu avistei letras brilhantes na entrada de uma cidade. A cidade chamava-se “Future des Terres” era uma cidade minúscula, acho que todos se conheciam, mas pouco importa estes detalhes. Nós estávamos com fome, com muita fome.

- Emanuel, vamos roubar aquela venda?

Sugeri.

- O que? Está louca? Virou ladra agora?

- Bom, se você não vai vou eu sozinha, estou com muita fome.

- Mas nós não podemos fazer isto Carmem, pelo amor de Deus!

Respondeu ele.

- Então fique aí. Estou cansada de ser boazinha, cansada de comer aquelas porcarias de frutas que achamos, vou comer do bom e do melhor e como não tenho money vou dar uma roubadinha mesmo.

Estava decidida em roubar mesmo. Olha pra ser bem sincera acho que eu queria roubar só para ter este gostinho, não existia policiamento mesmo, o máximo que poderia acontecer conosco era a gente apanhar um bocado caso fossemos pegos.

Entrei com as bolsas vazias e Emanuel entrou atrás.

Então abri e bolsa e disse:

- Joga tudo o que você quiser aqui dentro. Vou fazer a rapa.

Ele nem respondeu, estava branco e todo tremulo, eu estava tranquila.

Então ele colocou alguns pacotes de biscoitos, enlatados, temperos, e bebidas alcoólicas.

Então quando estávamos prestes a sair do armazém um velho do fundo grita:

- Ladrões peguem os ladrões.

Olhei para Emanuel e disse: - FODEU!

Saímos disparados até os nossos cavalos e várias pessoas correram atrás de nós, para atrasá-los comecei a jogar garrafas de bebidas para trás. Então com o coração quase saindo pela boca conseguimos montar nos cavalos e fugir.

Meu coração estava mesmo saindo pela boca.

- Não acredito que você colocou a gente nessa situação.

Reclamou Emanuel.

- Calma, já estamos a salvo e com comida.

- Eu nunca mais vou deixar você fazer isto de novo sua desajuizada.

Emanuel estava nervoso.

- Emanuel, acho que já podemos parar aqui.

Quando desci do cavalo comecei a rir e gargalhar cada vez mais alto, Emanuel também começou a ver graça naquilo tudo e ficamos rindo por um bom tempo lembrando-se da cara daqueles idiotas.

O mundo estava quase acabando, não tinha motivo para se apegar tanto nessas coisas.

Então comemos até estufar e começamos a beber uma bebida mexicana no bico da garrafa mesmo...

Emanuel ficou bêbado rapidamente e eu o fiz tirar as roupas para dar um pouco de risada. Também roubamos alguns cigarros e começamos a fumar e beber. Lembrei-me de quando eu era mais nova, de como eu curtia com Peter nas baladas da vida.

Comecei então a cantar com Emanuel e começamos a gritar cada vez mais alto e rir cada vez mais alto e então ele me pegou no colo e me beijou segurando a garrafa com sua outra mão.

A felicidade aparece em momentos que nós nem pensamos que ela pode existir. Felicidade é surpresa, é batida forte no peito, é plano incerto que da certeza de sucesso. Felicidade me dava uma vontade danada de sexo.

Sim outra vez... Sexo!

Foi o que fizemos desta vez com menos violência e mais amor e carinho. Fazer sexo quando se está muito feliz é diferente, abraços valem mais do que puxões de cabelo, sorrisos valem mais do que mordidas e beijos valem mais do que penetração.

Ficamos sem dormir direito de novo, mas eu disse:

- Mais vale uma noite mal dormida ao seu lado do que doze horas de sono sem você

Ele sorriu educadamente e por fim conseguirmos dormir poucas horas.

Lucas Guilherme Pintto
Enviado por Lucas Guilherme Pintto em 06/08/2012
Reeditado em 07/08/2012
Código do texto: T3816705
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.