O Futuro Diz Amém Cap - 23

Continuamos andando quando de repente escutamos uma buzina alta vinda de um carro preto em alta velocidade levantando poeira com uma menina de cabelos coloridos, óculos estranhos, sorriso no rosto e descontrolada no volante. Ela parou e disse:

- Olá, querem carona? Estou indo para qualquer lugar.

- Queremos! Respondi.

- Não. Respondeu Emanuel.

- Sim ou não? Deixem de ser tolos, eu sou uma e vocês dois, não irei fazer mal a ninguém, só quero companhia.

Já fui logo entrando no carro, pois estava andando há muito tempo e não estava aguentando mais. Emanuel entrou também me olhando com semblante fechado.

Assim andamos por alguns minutos em silêncio. Até Natasha começar o assunto.

- Qual é o nome de vocês? Sou Natasha muito prazer.

- Oi Natasha, sou Carmen e este é o meu marido Emanuel.

- Marido? Mas vocês são tão novos.

Demos uma gargalhada. Emanuel sorriu pela primeira vez desde que entrou no carro.

- Também acho que somos jovens, Natasha, mas tem gente que não vive sem mim. Disse ele brincando.

- Que bonitinhos vocês. E estão indo pra onde?

- Atrás do nosso filho. Respondi.

- Filho? Que filho?

- Nosso Miguel que foi sequestrado, mas já sabemos onde ele está. É uma longa história...

- Quero ouvi-la. Disse a menina franzindo a sobrancelha e mostrando um ar de dúvidas.

Contei toda a história para Natasha, que se comoveu e disse que ia nos ajudar.

Eu estava bem animada, pois sempre é bom achar pessoas de bem, assim como ela.

- Mas quantos anos você tem? Parece tem nova e já dirigindo? Questionou Emanuel.

- Tenho dezesseis, no meu país é a idade de dirigir.

- Nossa, é mesmo nem perguntamos de onde você vem. Esse seu sotaque francês é de fato muito ruim. É americana não é? Perguntei.

- Sim, sou. Nossa demorei séculos para aprender o francês.

- Sem problemas querida, estamos entendendo muito bem tudo o que você diz.

Afirmei.

- Mas o que faz uma garota de dezesseis anos sozinha? Perguntou Emanuel.

Natasha demorou um pouco pra responder, parou o carro, abaixou a cabeça no volante e caiu em prantos.

- O que foi? Perguntei o que não devia? Desculpa-me.

- Você me fez lembrar a minha história. Eu era uma típica jovem americana de classe média, vivia com minha família, tinha um namorado, uma banda. Aí um belo dia tudo desmoronou. Vim parar em um hospital aqui em Paris, não sei cadê minha família. Fugi do hospital e roubei este carro depois encontrei vocês. Não tenho mais ninguém.

- Agora você tem a gente. Respondi.

- Obrigada vocês são uns amores. Vou ajuda-los a encontrar Miguel.

Agora vamos comer porque eu estou morrendo de fome.

- Você tem comida aí? Perguntei.

Ela me olhou, sorriu e disse:

- Comida é o que não falta, vai até o porta-malas pra você ver.

Quando abri o porta-malas havia tanta comida que meus olhos brilharam.

- Onde conseguiu tanta comida menina? Que delicia!

- Sou brilhante. HAHAHAHAHAHAHA

- Ok né.

Natasha parou o carro em baixo de uma árvore e simulamos um piquenique. Tinha umas coxas de frango ótimas, comemos e nos lambuzamos parecíamos crianças.

- Amiga... tá sujinho aqui. Apontou ela com os dedos em minha bochecha.

- Onde?

- Bem aqui. Enquanto falava a frase Natasha jogou frangos em mim e começamos uma guerra de comida. Foi bem engraçado. Natasha era muito espontânea. Até Emanuel que era na dele achou tudo aquilo muito divertido. Eu estava amando a companhia de Natasha.

Lucas Guilherme Pintto
Enviado por Lucas Guilherme Pintto em 29/09/2012
Código do texto: T3906787
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