SORRISO POÉTICO, UM CONTO MISTERIOSO

Por ora não tenho nada a te oferecer.

A não ser o meu sorriso poético.

Pode não parecer, mas ele é doce.

Embora eu não seja diabético.

Com estes versos, um poeta conhecido meu, se despedia de uma moça que insistia em dizer que ele era o homem da sua vida. Mas ele dizia que não a amava, embora admitisse que ela era muito linda e atraente.

Ela não entendeu muito bem aquela prosa poética. Foi-se embora triste, pois o amava intensamente. Meditou muito sobre aqueles versos.

Depois de muito refletir, concluiu:

Não posso me contentar só com um sorriso doce e poético. Se ele não pode me oferecer mais do que isso, e diz que não me ama, como eu mereço ser amada, não posso ficar aqui inerte. Devo partir para o tudo ou nada, antes que seja tarde.

E foi o que fez. No outro dia voltou lá e sem que ele esperasse, beijou-o nos lábios ardentemente, constatando que além do sorriso doce, seus lábios também o eram. Mas ele, embora tivesse gostado do beijo, resistiu, e não se deixou envolver por aquela paixão e aquele amor, que sabia, tinha tudo para dar errado.

Resolveu abrir seu coração e narrou-lhe o porquê de não poder viver aquele amor que na verdade também nutria por ela.

É uma história muito triste, e comovente, a qual não tenho autorização para divulgar.

Aquele sorriso poético e doce, ele continua tendo até hoje. Porém, a sua história é amarga. Mas, como todo poeta sabe dosar a vida, ele vai sobrevivendo relativamente feliz, com a força do seu sorriso poético.

Nathalicio
Enviado por Nathalicio em 17/10/2012
Reeditado em 17/10/2012
Código do texto: T3937314
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