Uma festa inesquecível

Era uma fazenda linda, havia muitos animais, muitas plantações, comida a vontade, percebia-se que eram todos muito felizes, porém eu não sabia ao certo até por que eu estava chegando naquele momento. O caminhão parou, um homem simpático e gentio desceu, abriu a carroceria, me pegou e me levou até onde eu iria ficar, até então eu estava sozinho dentro daquele lugar escuro, o homem voltou com muita comida, deixou-a por ali e saiu sem muita conversa. Eu fui aproveitar a comida, sem esperar ninguém, pois estava faminto da viagem. Após comer pensei em sair para conhecer os outros, e quando cheguei ao lado de fora, escutei uma voz nasalada.

— Olá Porco, tudo bem? Chegou hoje? — Perguntou o Pato.

— Olá! Sim cheguei há pouco. Estou feliz em vê-lo. — Respondeu o Porco.

— Pois não fique tão feliz! Por que seu destino aqui não é bom! — Alertou o Pato.

— Ora, por quê? — Perguntou o Porco assustado.

— Note você que já estão enfeitando a casa, e que em breve chagarão mais pessoas, e quando começarem a tocar músicas estranhas, é bom que fique preocupado. — Disse o Pato tentando alertá-lo.

— Mas não entendo o que vai acontecer de tão ruim, se estão todos tão felizes?

Antes que o Pato pudesse explicar, a Galinha chegou e o espantou para que ele não falasse nada.

— Ora, por que você adora assustar os outros? Fique sabendo que sua hora também chegará. Não se assuste porco, ele só queria tirar onda com a sua cara, faz isso com todos os novatos. Não ira acontecer nada, é apenas uma festa.

Mesmo com as suaves palavras da Galinha para lhe abrandar o coração, ele sabia que algo estava errado, pois de onde estava, via-se o Peru andar de um lado para outro sem parar, falando sozinho, como se pensasse em fazer algo. Mas ele não entendia como poderia ser uma coisa tão ruim se estavam todos felizes.

Os homens rindo e se divertindo, as crianças correndo e brincado, a casa tão arrumada, e cada vez chegando mais amigos e parentes. Todas as pessoas com um ar de alegria além do normal, a confraternização estava no ar, nesta época estavam todos muito generosos. Porém neste momento uma música estranha começou a tocar, o Peru que já estava nervoso começou a se desesperar, corria de um lado para outro sem poder sair de dentro do cercado onde estava preso. E os seus gritos de pavor eram ouvidos em toda a fazenda, a Galinha, que era a mais velha do lugar foi até ele para acalmá-lo, porém foi inútil. O Porco olhava pelas frestas de seu chiqueiro o desespero do Peru, sempre se lembrando das palavras do Pato, e pensando se seria verdade tudo aquilo, e o que ele poderia fazer. Porém a noite caiu, e nada aconteceu. Todos foram dormir menos o Peru que continuava angustiado a andar de um lado para outro.

— Talvez o Peru esteja um pouco estressado, apenas isto. Pensou o Porco indo dormir.

Na manhã seguinte, o Porco acordou com a gritaria dos animais no lado de fora. Gritavam e corriam para todos os lados, como desesperados, sem rumo e sempre repetindo.

— Está confirmado, está confirmado...

— Confirmado o que? — Perguntou o Porco.

Mas todos estavam muito assustados para responder, foi quando o Porco olhou para onde estava o Peru e notou que não havia nem mesmo o cercado, o Peru havia sumido. Um cheiro estranho de penas queimadas recendeu todo o lugar, e nem se quer ouvia-se os gritos de pavor do pobre Peru. O Porco foi ficando cada vez mais assustado, pois todos olhavam para ele com um olhar de pena, comentavam entre si, cochichavam baixinho, e quando o Pato se aproximava, o mesmo homem que o trouxe até a fazenda, espantou o Pato e abriu a porta do chiqueiro, amarrou uma corda no seu pescoço e o puxou para fora, o levando até uma parte da casa que nenhum animal havia entrado antes. E no mesmo dia, algumas horas depois, uma bela mesa foi montada, todos cantavam e se divertiam em volta dela, muita comida cheirosa e gostosa, todos felizes, sobrava comida até para os animais, mas nenhum deles quis se aproximar, pois havia uma palavra que todos repetiam sem parar, e que cada vez que repetida causava calafrios de pavor e os aterrorizava.

— Feliz natal...

Henrique Serafini
Enviado por Henrique Serafini em 25/10/2012
Código do texto: T3951426
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