DEVANEIO

Numa triste e melancólica tarde de outono, estava Sofhie sentada na varanda em sua cadeira de balanço. Seu olhar se perdia no horizonte, onde o sol estava se pondo. A brisa que chegava até ela lhe gelava o coração, que recordava momentos felizes que deixaram marcas em sua alma.

Uma lágrima percorreu seu rosto caindo sobre seu colo, seus olhos lentamente se fecharam, e voltou a viver o que lhe trouxera tanta alegria.

Suas lembranças a levaram ao salão de baile, em sua festa de aniversário. Ele estava lá, em pé perto da porta. Seu olhar que vagava pelo salão parou ao encontrar-se com o dele, ele veio até ela e se apresentou como Álvarez, e beijou levemente a mão de Sofhie. Nesse momento Sofhie sentiu seu coração vibrar, suas mãos gelarem e sua alma sendo invadida por um sentimento antes não sentido.

Depois de várias danças Alvarez e Sofhie foram ao jardim sentar-se debaixo de uma frondosa árvore. Como por atraídos por um imã, seus corpos começaram a se aproximar, os sentidos enlouquecidos lhe perturbavam. Nesse momento de êxtase o encontro de suas bocas foram inevitáveis. Naquele instante o mundo deixou de existir, e naquele beijo santificaram o amor.

O bater da porta pelo vento fez Sofhie despertar do seu doce devaneio, separando-a dos braços de seu poeta e aprisionando-a novamente na realidade, com a lembrança de uma paixão inebriante, mas efêmera .

michelle paziani
Enviado por michelle paziani em 10/03/2007
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