II - UMA AMIZADE VERDADEIRA

Ela o conheceu por acaso. Não, por acaso não, Lisa nunca acreditou no acaso, para ela tudo sempre tinha uma razão de ser, um objetivo ainda que oculto de nossos olhos, uma finalidade, um destino.

Angel, esse era seu nome. Seria coincidência ele ter aparecido em sua vida no momento em que mais precisava de um “anjo” que lhe ajudasse a seguir adiante. Não, de novo, para Lisa, Angel era um presente de Deus para ajudá-la a atravessar a triste fase da vida em que se encontrava.

Mas, como é mesmo que se conheceram devem estar se perguntando... Pois é, não se conheceram realmente, seu contato era apenas virtual, mas todo dia estavam ali, juntos, conversando, teclando, se conhecendo e se percebendo.

Ela estava numa fase muito complicada, sabe tipo de autonegação. Não conseguia se enxergar como mulher, se achava feia, gorda, ignorante, e pra piorar era o ser mais medroso, inseguro e ansioso desse mundão. E Angel, ah, ele era calmo, sereno, tranquilo, amoroso, cuidados com os amigos, enfim tudo que Lisa precisava.

Ela vivia um momento difícil em seu casamento, eram praticamente recém-casados, mas não tinham mais aquele ardor, aquela chama incessante que queima a cada olhar, em cada simples toque. Lisa cresceu retraída no tocante a sua sensualidade, ao erotismo, ao prazer. E, agora, isso se voltava contra ela própria em sua vida pessoal, sua criança interior se rebelava e desejava distancia de tudo isso.

Mas ela tinha Angel, que lhe ensinou coisas lindas sobre a vida, sobre o amor, sobre como poderia sim apreciar e ao mesmo temo satisfazer seu amado! E ela começou a por em prática tudo o que aprendia, mas ainda assim não estava satisfeita, não se sentia viva, não sentia que era ela quem ali estava. Então, entrou em uma crise existencial.

Só queria dormir e chorar, e pra variar comer... É Lisa era uma jovem com sérios problemas de ansiedade e às vezes ia ao extremo da compulsão alimentar. Ah, como se a comida pudesse resolver todos seus dramas internos e pessoais.

Dias foram se passando, Lisa e Angel se correspondendo sempre, ele lhe analisando, entendendo, desnudando sua alma, sua criança interna e a ensinando a mudar, melhorar, crescer, evoluir, sem deixar a meiguice, a sensibilidade e a pureza.

Mas Angel, também era muito sensível e Lisa, sem saber como e sem querer de algum modo o magoou e, de repente, não havia mais bate-papos, não havia mais Angel...

E a jovem Lisa se viu perdida em si mesma, abandonada, rejeitada, solitária novamente, sem ter com quem falar e desabafar.

Ainda sentindo-se mais perdida em si mesma, sentiu que realmente havia sido abandonada, mas não... Sua mente fértil e insegura criara toda aquela situação, seu Angel a amava, continuava sendo seu grande amigo e confidente, só havia se afastado para não magoá-la, para entender melhor tudo o que ela sem perceber despejara em cima dele.

E então, aos pouquinhos, nossa jovem foi reconhecendo as qualidades primordiais de seu querido “anjo” e isso fez com que novamente começassem a se aproximar, a se falar; ele voltou a lhe dar ensinamentos preciosos, ela passou a ouvi-lo mais e no fim ambos estavam exatamente onde o destino os queria: juntos, unidos, amigos, confiantes um no outro, felizes com essa amizade virtual, mas verdadeira, ainda que estando tão distantes fisicamente um do outro.

E Lisa, com os ensinamentos de seu amigo Angel, transformou-se numa mulher forte, independente, confiante e muito feliz e seu casamento... Há! Esse vai ás mil maravilhas.

Mas quando a saudade bate, os dois sempre dão um jeitinho de amenizar e diminuir a distancia, e a solução sempre é um ultra-mega-power-virtual abraço de urso!

15/01/2013

revisado em 23/04/2013 por Gislaine A. B. T. Lima

Gislaine Lima
Enviado por Gislaine Lima em 16/01/2013
Reeditado em 09/06/2013
Código do texto: T4087192
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