O BANHO

O BANHO

Devia ter por volta de 16 anos, já um tanto quanto descolado, morava no Rio de Janeiro, junto com uma tia, garotão solto, sem preocupações vivia de casa para o trabalho e do trabalho para a escola.

Certo dia veio morar em casa, meu primo Anderson e seu sobrinho Jeferson, o Anderson eu tinha muita afinidade éramos amigos de todas as farras, já o molequinho, eu pouco conhecia, mas também, passei a gostar, pois era um moleque bacana.

Sempre íamos à praia juntos, jogávamos bola, pegávamos onda e o molequinho sempre grudado na gente, quando retornávamos para casa, tomávamos nosso banho e íamos fazer outras atividades, o moleque, no entanto não era muito chegado a banho e sempre que podia dava um desdobro e passava o dia todo sem se banhar.

O tempo foi passando e o moleque foi ficando descolado, já ia sozinho a praia, tinha uns amiguinhos, jogava bola, enfim, virou um rato de praia, nesse ínterim, o inverno veio chegando e mesmo assim a praga do moleque ia para a praia, e sempre a mesma imundice, não tomava banho. Daí como era de se esperar, começou a feder, putz, ninguém agüentava e pior, o moleque não estava nem ai, não se sentia, pedíamos para ele tomar banho e nada, tentamos agarrá-lo, mas a peste fugia.

Um dia resolvemos aprontar com ele, deixamos ele ir a praia, ficou na sacanagem o dia todo e quando ia embora para casa, quase no fim do dia, agarramos ele e o enterramos na areia, só deixamos a cabeça para o lado de fora, feito isso dissemos para ele que iríamos embora e só voltaríamos pela manha, a peste gritava, pedia socorro, mas como estávamos num canto deserto, ninguém foi lá incomodar, é claro que não iríamos embora, ficamos de longe vigiando ele, só que ficamos tomando umas águas de coco e esquecemos do moleque, quando voltamos, ele não estava no local, ficamos desesperados e saímos procurando por ele, não encontramos e ficamos desesperados, resolvemos voltar para casa e chamar a policia, para nossa grata surpresa, a peste já estava em casa fazia tempo, jantando e de banho tomado, ah, e perfumado e ainda nos sacaneou dizendo, - Vocês queriam pregar uma peça em mim, mas fui eu que dei o susto em vocês.

Mas mesmo assim, valeu à pena, pois mesmo não dando o braço a torcer, ele aprendeu a lição e passou a tomar seus banhos regularmente. Hoje, anos passados, somos homens feitos e sempre lembramos dessa história, dando boas gargalhadas. Aquele moleque não era mole não!

Tony Monteiro
Enviado por Tony Monteiro em 09/05/2013
Código do texto: T4281235
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